Segunda-feira 1 de maio de 2018 | Presidente Prudente/SP

Frases dispersas no caderno II

Rubens Shirassu Jr*

Em 10/12/2010 às 09:39

“Nesse caminho em que somos levados pelo eventual, surge e ressurge o meu microcosmo, a minha aldeia, onde evoco os seus percursos sem destino pelas ruas, tentando manter a tradição do caminhante desgarrado da metrópole, a do flaneur se não do flanador. Por flanar, acredito que toda cidade é poética, conquanto seja olhada com olhos de criança...”

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“Restam as correntes de energia, que lembram muito as leis da Física: do acontecido e do imaginado, da realidade e do texto. Consegui percorrê-las em dupla mão. Do real ao signo, do acontecimento às palavras que o designam e, também, no misterioso movimento oposto, avesso da escrita, do imaginário à realidade por ele constituída, não só trazendo o signo para perto do real, mas elevando o real ao plano do simbólico, para que o acontecido ganhe a luminosa liberdade do imaginado. O reverso da escrita é o que acontece depois do escrito. É a magia, o modo como signos contêm um futuro."

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 “Tudo que foge ao nosso campo de visão e sem o conceito da ciência, torna-se impalpável, misterioso, fantasioso e desconhecido. A mesma sensação vaga ao pensar as estrelas, os planetas, o universo, a teoria das cordas e o buraco negro... A distância fascina e proporciona um frenesi.”

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“As poucas e grandes mulheres que conheci eram uma geometria harmoniosa, porém, como a beleza arquitetônica e efêmera dos castelos de areia, flutuam náufragas, quando a brisa leve acaricia os lençóis, que se assemelham às praias. Fica o desejo que o tempo se converta em horas multiplicadas...”

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“Só não podia possuir a mim mesmo. Nunca pude. Melhor: jamais ousei”.

*Rubens Shirassu Jr. é designer gráfico e escritor

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