Segunda-feira 1 de maio de 2018 | Presidente Prudente/SP

Praias, parques e praças sem cigarro

Vinícius Camarinha

Em 23/02/2011 às 18:50

Compreendo a dificuldade de quem fuma. O vício é dominante, muitos desejam parar e poucos conseguem. Nossa luta é contra o cigarro, e não contra quem fuma.

O cigarro já viveu seu momento de glória, sobretudo nas décadas de 70 e 80, quando fumar era sinônimo de status, charme e até de poder. Hoje a nova geração, mais informada, preza por outros valores, exige ambientes saudáveis, proteção ao meio ambiente, proteção aos animais, alimentos sem agrotóxicos etc.

Muito embora existam esses desejos, a dificuldade é de se interromper e mudar antigos costumes e culturas enraizados há anos na nossa sociedade. E essa tarefa não é nada fácil.

Quando aprovamos a lei que proibiu cigarro em estabelecimentos fechados, enfrentamos um forte debate, prognósticos negativos, acusações de violação do direito individual, quando, na verdade, defendíamos o direito coletivo de ambientes saudáveis.

Há quase dois anos em vigor, a lei antifumo é um sucesso, aprovada por 88% da população, inclusive por quem fuma. Hoje, ir a restaurantes, bares, eventos é mais prazeroso, assim como voltar para casa sem carregar aquela sensação de ter também fumado. Nosso corpo, a nossa saúde agradecem.

E iniciamos 2011 com um novo e porque não dizer mais corajoso debate: a extensão da lei, proibindo o fumo nas praias, parques e praças, áreas que são na verdade utilizadas por famílias para a prática de esporte e lazer. Em tese, são locais saudáveis, incompatíveis com a fumaça e a sujeira deixada por infinitas "bitucas".

Ao apresentar esse projeto na Assembleia Legislativa não esperava 100% de aprovação, porém o que nos leva adiante são os números positivos: em agosto de 2010, quando a lei antifumo completava seu primeiro aniversário 99,78% dos estabelecimentos já haviam aderido à sua normativa; bares, restaurantes e casas noturnas revelaram a redução de 73,5% nos níveis de monóxido de carbono nos ambientes e muitos fumantes confirmaram que diminuíram o número de cigarros com a necessidade de buscar um local adequado para a prática.

Com a aprovação da lei, serão inúmeros benefícios, como: 1º o fumante fumará menos; 2º o fumante passivo também terá menos contato com a fumaça e passará a ser respeitado em seu direito coletivo; 3º quem começa a fumar ficará desestimulado; 4º o meio ambiente ganha mais uma proteção, já que as "bitucas" de cigarro demoraram até 20 anos para se decompor, sem contar a colaboração com a atmosfera. E, ainda, os gastos com a saúde pública em tratamentos das doenças causadas pelo cigarro diminuirão.

De acordo com dados do Ministério da Saúde, o cigarro provoca um prejuízo anual para o sistema público de saúde de pelo menos R$ 338 milhões, o equivalente a 7,7% do custo de todas as internações e quimioterapias no país.

Em Nova York, cidade conhecida como a Capital do Mundo, com milhares de turistas, já vigora tal medida, Califórnia e Wasginthon possuem leis semelhantes.

Vejo que chegou a hora do estado de São Paulo avançar e aprovar esta Lei. Viva a vida e a natureza, enquanto podemos contar com ambas!

*Vinícius Camarinha é advogado e deputado estadual pelo PSB.
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