Segunda-feira 1 de maio de 2018 | Presidente Prudente/SP

Vicente Lenílson se despede com protesto por ouro olímpico

UOL

Em 05/08/2011 às 15:39

(Foto: Alexandre Sinato/UOL)

A última quinta-feira (4) foi de despedida e tristeza para o atleta Vicente Lenílson, que treina em Presidente Prudente. Após 18 anos, ele correu pela última vez os 100 m rasos na final do Troféu Brasil, em São Paulo. E disse adeus com direito a protesto contra o a falta de ação do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), com lágrimas antes da largada e ainda protagonizou um tombo de Sandro Viana.

O discurso forte aconteceu por conta de uma velha história. Prata nas Olimpíadas de Sidney, em 2000, no revezamento 4x100 m rasos, Vicente Lenílson mostrou inconformismo por não ter sido reconhecido como campeão olímpico. Explica-se: os Estados Unidos, vencedores na oportunidade, tiveram a conquista impugnada posteriormente por conta do doping de Tim Montgomery.

“Faltou a medalha de ouro olímpico. Eu me considero campeão olímpico, mas faltou nossa medalha. Tiveram outras prioridades. Ninguém correu para fazer a troca das medalhas. Se acontecesse o contrário [o doping fosse brasileiro], será que seria assim também?”, protestou o veterano de 34 anos.

Indignação registrada, Vicente Lenílson admitiu ter chorado antes de correr a final dos 100 m rasos nesta quinta. Quando foi anunciado na raia oito, ele ouviu um breve currículo falado pelo narrador oficial.

“Sou muito emotivo, algumas lágrimas caíram, sim. Só pensei que não poderia ser o último colocado, não queria perder. Depois do tiro é só correr, fica mais fácil”, comentou ele, sétimo colocado entre os oito finalistas. “Uma das minhas metas no ano era ser finalista do Troféu Brasil e deu certo.”

Aplaudido antes da largada por alguns dos rivais, Vicente Lenílson foi homenageado na linha de chegada. Sandro Viana, que ficou em quarto lugar, fez uma reverência (gesto de engraxar a sapatilha) ao veterano e tentou levantá-lo. No entanto, ele se desequilibrou e caiu de costas na pista. Vicente Lenílson, ao menos, ficou em pé.

Ele, agora, prepara-se para sua última prova: ainda corre o revezamento 4x100 m do Troféu Brasil. Até lá, ele poderá recordar o que fez nos 18 anos de carreira: foi finalista em quatro Olimpíadas, ganhou dois títulos no Pan e 18 medalhas do Troféu Brasil e ainda sagrou-se vice-campeão mundial, entre outras conquistas.
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