Segunda-feira 1 de maio de 2018 | Presidente Prudente/SP

Técnicos banidos por doping podem voltar ao atletismo

Da Redação

Em 13/01/2012 às 17:01

(Foto: Arquivo/ Valéria Gonçalvez/AE)

Após dois anos e meio de serem banidos do esporte, os técnicos de atletismo Jayme Netto e Inaldo Sena vislumbram a chance de voltar às competições. Na última terça-feira (10), pela primeira vez na história, a Corte de Arbitragem do Esporte (CAS, na sigla em inglês), com sede em Lausanne, Suíça, realizou uma audiência no Brasil, e totalmente em português, para julgar o caso dos treinadores.

A decisão sairá em até dois meses. Caso ganhem a redução da pena, os treinadores poderão retornar ao esporte em agosto de 2013. O advogado da dupla, Luciano Hostins, se mostra confiante. "Estou otimista para que a gente consiga reduzir a punição para quatro anos", diz o especialista em antidoping.

A audiência teve a presença do português Rui Botica Santos, que atuou como juiz da CAS, além do secretário Pedro Fida, que é brasileiro. O procedimento ocorreu no escritório Pinheiro Neto, no Jardim Europa, bairro de São Paulo.

Thomaz Mattos de Paiva, que atuou como representante da CBAt, falou sobre o processo. "Essa audiência abrirá portas para que novas possam acontecer, dando possibilidades a clubes e atletas de utilizarem o procedimento", afirma.

Em outra medida inédita no país, Inaldo foi o primeiro beneficiado no país pelo “legal aid”, e não terá de pagar as custas processuais - o tribunal bancará essa despesa. "Pedi a concessão para ambos, mas diante da condição financeira dos dois, só o Inaldo foi beneficiado", explica Hostins.

Doping por EPO

Jayme e Inaldo assumiram que concordaram em usar substância dopante em cinco atletas classificados para o Mundial de Atletismo de Berlim 2009. O caso veio à tona na Alemanha, quando foram divulgados os resultados positivos de Bruno Lins, Jorge Célio da Rocha Sena, Josiane Tito, Luciana França e Lucimara Silvestre.

Os atletas fizeram uso de EPO (Eritropoietina), droga que estimula a produção de glóbulos vermelhos, melhorando a oxigenação sanguínea. Normalmente, é mais usada por atletas de provas de resistência, o que não era o caso do grupo, que treinava em Presidente Prudente. Na época, Jayme admitiu que autorizou o fisiologista Pedro Balikian a administrar a droga, para conseguir uma recuperação mais rápida dos comandados após treinos duros.

O grupo foi flagrado em controle realizado pela Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) em junho de 2009, dois meses antes do Mundial. Julgados pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) do atletismo, os treinadores foram banidos do esporte. Aos atletas coube uma pena de dois anos. O principal pivô do caso, Balikian não recebeu nenhuma punição. Apenas ficou afastado por pouco tempo de suas funções na Universidade Estadual Paulista (Unesp), retornando logo em seguida.

Desse grupo, Bruno e Lucimara retomaram as competições em bom nível. O velocista foi finalista dos 200 m no Mundial de Daegu, Coreia do Sul, em 2011, terminando a final, vencida por Usain Bolt, em sexto lugar. Lucimara conquistou o ouro no heptatlo no Pan de Guadalajara, em outubro, prova que o Brasil não vencia desde Caracas 1983. (Com Adalberto Leister Filho, TV Record)
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