Em PP, "Especial Chorinho" terá bate-papo, shows e workshop

Um dos ritmos mais populares da música brasileira, o choro, surgiu no século XIX e revelou nomes como Pixinguinha, Radamés Gnattali e Jacob do Bandolim. É esta sonoridade que será destaque na programação do Sesc Thermas entre quinta (25) e sexta-feira (26). Nestas datas ocorre o Especial Chorinho, em que serão apresentados bate-papo, workshop e shows em comemoração ao Dia Nacional do Choro (23 de abril).
 
“Buscamos valorizar esta vertente da música instrumental brasileira, por meio de profissionais que já carregam o choro pelo Brasil tradicionalmente”, diz Wanner Mussato Rodrigues, programador musical do Sesc Thermas. Ele também lembra que muitos consideram que o choro é considerado uma mistura entre o popular e o erudito, o que o torna agradável para pessoas que gostam de diversos estilos.
 
O primeiro dia começa com um bate-papo em que Izaías, integrante do quinteto Izaías e Seus Chorões, conversa com o público sobre o CD Valsas e Retratos – Radamés Gnattali, lançado pelo Selo Sesc. Além disso, o músico também aborda o universo do choro nesta atividade que ocorre na área de convivência, às 16h, e tem entrada gratuita.
 
Mais tarde, às 20h30, o grupo de Izaías se apresenta junto ao Quinteto de Cordas Quintal Brasileiro no mesmo local. Entre as canções apresentadas estão “Suíte Retratos”, lançada originalmente há quase 50 anos por Jacob do Bandolim e considerada um divisor de águas na evolução do choro. Os ingressos podem ser adquiridos na central de atendimento pelos seguintes preços: R$ 4 para trabalhadores no comércio de bens, serviços e turismo; R$ 8 para estudantes com comprovante, professores da rede pública, maiores de 60 anos, aposentados e deficientes físicos, além de usuários inscritos; e R$ 16 a entrada inteira.
 
No segundo dia, logo pela manhã, a programação especial continua. O clarinetista Stanley Carvalho Quinteto se apresenta gratuitamente às 11h, no Calçadão da Maffei, com músicas de compositores como Ernesto Nazareth, Chiquinha Gonzaga, Paulinho da Viola e Esmeraldino Salles. O músico, que também é pesquisador da área, toca ao lado de Zé Barbeiro (violão de sete cordas), Fabio Peron (bandolim), Fabrício Rosil e Roberta Valente (pandeiro).
 
Durante a tarde, às 16h, a área de convivência do Sesc recebe o workshop O Violão Aplicado ao Choro, que é comandado por Luizinho 7 Cordas, violinista que se destaca desde a década de 70 na música popular e já se apresentou com Clara Nunes, Adoniram Barbosa, Altemar Dutra, Cartola entre outros. Ele divide histórias de sua carreira e demonstra técnicas de violão voltadas a este gênero musical. A atividade é gratuita e aberta ao público.
 
Para fechar o Especial, Luizinho e o grupo Teclas do Choro realizam um show no Sesc, às 20h30. Instrumentos como vibrafone (instrumentos com teclas de metal), pandeiro e cavaco dão o tom da apresentação. Os ingressos já estão à venda na central de atendimento e variam de R$ 4 a R$ 16.
 
Origem

Segundo o livro “Almanaque do Choro: A história do chorinho, o que ouvir, o que ler, onde curtir”, do historiador e pesquisador André Diniz, o choro surgiu na cidade de São Sebastião, com instrumentistas populares conhecidos como chorões, por volta de 1870. Neste início, os músicos mesclaram o lundu, ritmo africano à base de percussão, com gêneros europeus.
 
Diniz lembra também que os chorões eram de classe média e se apresentavam sem receber nada por isso. Muitos consideravam como pagamento a bebida e a comida que seriam consumidas por eles durante as festas. Segundo o livro, “ser chorão era ser boêmio”.
 
Ainda de acordo com a obra, o precursor desta vertente é o flautista Joaquim Antônio da Silva Callado, compositor de mais de 70 melodias e organizador de um dos grupos populares de maior sucesso desta fase inicial do gênero, o Choro Carioca.