Segunda-feira 1 de maio de 2018 | Presidente Prudente/SP

A Cegueira Adestrada; artigo de Rubens Shirassu Jr.

Rubens Shirassu Jr.

Em 18/07/2013 às 14:25

(Foto: Ilustração)

No Brasil, tanto à esquerda, aos de centro, como à direita, a palavra crescimento continua na ordem do dia. A uniformização do planeta em torno dos valores da classe média está levando a uma mudança antropológica para pior, onde o tipo Homem é confundido planetariamente com o tipo classe média.

A ideologia do progresso percorre o receituário de todos os partidos políticos do Brasil assim como a “disciplina de fábrica” de origem taylorista, as intervenções neoliberais propondo os cursos profissionalizantes rápidos, com o objetivo de formar mão-de-obra barata para a indústria, percorrem os manuais provincianos de estética. A interpretação exclusivamente industrial do socialismo permite aos comunistas e aos capitalistas falar o mesmo idioma.

É isso que a cegueira tradicional dos nossos intelectuais (ou acadêmicos) não consegue ver: cada um dos aspectos da sociedade industrial é componente de um sistema de conjunto que implica a escalada da produção e o crescimento da procura indispensável para justificar o custo social total.

Nesta idade média tecnológica, estes “caga-regras” adoradores da “tecnologia de ponta” participam da fabricação da cegueira adestrada, onde as respostas humanas aos acontecimentos de todos os dias tornaram-se estandardizadas.

Neste momento, os stalinistas ou os fascistas vermelhos do PT, entre outros partidos camaleônicos e parasitas, adoradores da ciência e do Estado, tentam novamente ganhar a prefeitura e a presidência da república, negociando ministérios e a troca de favores com instituições estrangeiras, reforçando o que há de mais oportunista na história da humanidade: os valores pequeno-burgueses. Começou com a Marta Suplicy querendo promover uma instituição falida, que é o casamento para homossexuais. Hoje, não existe revolução sexual.

Enquanto isso, a imprensa trabalha a imagem de Joaquim Barbosa, “o justiceiro e salvador da Pátria”, fortes indícios para concorrer com a presidente Dilma Rousseff. Por outro lado, existe um estratagema para amedrontar os usuários da internet, além de tirar a credibilidade dos blogs sérios que denunciam as manipulações através de informações plantadas. Um pouco mais de 12% da população de Cuba vivem em Miami, e uma faixa de dólares mensais que a União Soviética derrama na ilha não impede o regime de Fidel Castro viver à beira da bancarrota. “Socialismo a biberón” (socialismo de mamadeira) como dizem os mexicanos.

Marx e Engels estavam convencidos de que a ciência ajudaria aos trabalhadores em sua busca de emancipação social. Tal atitude tinha sentido nos séculos 17 e 18 e, mesmo no século 19, quando o Estado ainda não se tinha declarado a seu favor e a ciência restringia a influência de outras ideologias, deixando assim espaço individual para o pensamento. Atualmente, nada há na ciência, nem em qualquer outra ideologia, que tenha alguma coisa de libertador. As ideologias podem deteriorar-se e se converter em religiões dogmáticas (exemplo: o marxismo). Concordo com Paul Feyerabend quando afirma que numa sociedade realmente livre, deve haver uma separação total entre ciência e Estado.

O que conta numa democracia é a experiência dos cidadãos, sua subjetividade, e não o que pequenos bandos de “intelectuais” declaram que é real. Não é sem fundamento que físicos, matemáticos e centenas de adeptos da ciência oficial, voltam-se para outras posturas, novas maneiras de ver o mundo. Estas atitudes são indícios da necessidade profunda de reencontrar uma aproximação com o mundo, com o Homem, com a vida, fundada em valores reais conforme a natureza verdadeira do Homem e de seu papel na criação.

(*) Rubens Shirassu Jr. é designer gráfico e escritor

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