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Marcola foi uma vez para RDD em nove anos, diz jornal

Da Redação

Em 28/07/2015 às 14:00

Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, foi internado apenas uma vez após os ataques de maio de 2006, nos últimos nove anos, no Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), mesmo sendo acusado de vários crimes graves durante o período. A informação foi publicada pelo Jornal O Estado de São Paulo nesta terça-feira (28).

Em outubro de 2013, o Ministério Público Estadual (MPE) apurou, por meio de escutas telefônicas, que o PCC planejava matar o governador Geraldo Alckmin (PSDB). O detento Luis Henrique Fernandes, o LH, foi flagrado conversando com outro bandido. No diálogo, ele diz que o governador estaria "decretado" (jurado de morte) pela facção. Mesmo após essa descoberta, o chefe da facção não recebeu punição disciplinar.

Quatro meses depois, a Promotoria e a polícia descobriram outro plano audacioso do PCC: resgatar Marcola e outros líderes da quadrilha de dentro do Presídio de Presidente Venceslau 2.

Os bandidos, segundo a investigação, pretendiam usar dois helicópteros, um deles com as cores da Polícia Militar. As duas aeronaves levariam Marcola e os outros bandidos em segurança até a cidade de Loanda, no Paraná. De lá, eles seguiriam de avião para o Paraguai. Por essa investigação, Marcola ficou um mês no RDD, dos 12 possíveis por infração, previsto em lei.

Em ambos os casos, houve pedidos do governo do Estado pela internação em regime mais rígido, o que foi negado pela Justiça estadual. O RDD foi criado pelo governo do Estado em 2002. No começo, a internação de um preso dependia só de uma decisão administrativa. Foi em dezembro de 2003 que a punição passou a ter de ser confirmada pela Justiça.

Comparação

Marcola teve como companheiro no RDD em 2006 o sequestrador chileno Maurício Hernandez Norambuena, o chefe militar da Frente Patriótica Manuel Rodriguez (FPMR). Ao contrário de Marcola, Norambuena nunca cometeu uma infração disciplinar nos presídios paulistas.

Apesar disso, sempre foi mantido em RDD pelo governo e pela Justiça. O mesmo não aconteceu com o chefe do PCC, que foi acusado de vários crimes, como homicídios, formação de quadrilha, sequestros e tráfico de drogas. Marcola, porém, não teve o mesmo tratamento dado ao sequestrador chileno. Atualmente, Norambuena está no presídio federal de segurança máxima de Catanduvas, no Paraná. Já Marcola está no Presídio de Presidente Venceslau 2.

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