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Caneta pode ajudar no diagnóstico precoce do Mal de Parkinson

Da Redação

Em 17/07/2017 às 19:07

Segundo os pesquisadores, a caneta tem a capacidade de identificar microtremores indicativos de parkinson que podem não ser detectados a olho nu

(Foto: Arquivo)

Um programa de computador conectado a uma caneta dotada de sensores poderá, futuramente, auxiliar no diagnóstico precoce da doença de parkinson. A partir do uso de recursos de inteligência artificial, a descoberta foi feita por pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Bauru, em parceria com uma universidade da Alemanha.

Atualmente, o diagnóstico é feito com base na análise visual de traçados que o paciente faz sobre um gabarito fornecido pelo médico. Segundo os pesquisadores, a caneta tem a capacidade de identificar microtremores indicativos de parkinson que podem não ser detectados a olho nu, permitindo, assim, o início antecipado do tratamento da doença.

"Os índices de acerto chegam à casa dos 90%, o que é um desempenho muito bom", observa o coordenador da equipe de Bauru, professor João Paulo Papa, do Departamento de Computação da Faculdade de Ciências. Os resultados iniciais são considerados promissores para que a caneta possa se tornar, no futuro, uma ferramenta efetivamente utilizada pela medicina.

Papa explica que as discussões iniciais que levaram ao desenvolvimento do sistema surgiram há cerca de três anos na Faculdade de Medicina de Botucatu, que destacou pacientes para participar dos testes. Depois, a universidade alemã Ostbayerische Technische Hochschule Regensburg concebeu a caneta e, então, coube aos pesquisadores de Bauru elaborar o software que pudesse interpretar os dados coletados pelo objeto.

"Estes dados são descarregados no computador e os algoritmos de inteligência artificial processam estas informações, oferecendo o diagnóstico com considerável índice de precisão", pontua.

Por sensores

Segundo o professor, o exame é feito de maneira idêntica à tradicional e a caneta tem a aparência de um modelo comum. Mas, sem que o paciente perceba, ela capta informações a partir de seis sensores de pressão e inclinação.

"No método convencional, ele vai preencher o formulário, fazendo movimentos com a mão esquerda e a mão direita. Dependendo da destreza, o médico irá analisar o grau de severidade da doença, que pode acabar não sendo identificada, se estiver muito no início. Com a caneta, esta realidade pode ser modificada", relata.

Ele explica que, durante os testes, que integraram a tese de doutorado de seu aluno Clayton Reginaldo Pereira, muitos pacientes diagnosticados com parkinson somente pela caneta, posteriormente, acabaram recebendo a confirmação médica a partir do agravamento gradativo da doença. "Mas há um número, ainda que proporcionalmente pequeno, de pessoas que souberam um tempo depois que tinham parkinson e não foram identificadas pela caneta. Isto é algo que poderemos aprimorar em pesquisas futuras", adianta.

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