Durante vistoria, Ipem-SP apontou irregularidades em equipamentos
ROGÉRIO MATIVE
Em 02/09/2017 às 17:24
Desde a implantação, os radares instalados em Presidente Prudente são questionados na Justiça
(Foto: Arquivo/Secom)
Alvo de vistoria do Instituto de Pesos e Medidas do Estado de São Paulo (Ipem-SP), o sistema de radares implantado em Presidente Prudente é questionado pelo vereador Rogério Galindo (PSDB). Após o orgão encontrar irregularidades em quatro equipamentos, o parlamentar cobra o cancelamento das multas aplicadas aos motoristas.
Através de requerimento de providências, o vereador solicita ao prefeito Nelson Bugalho (PTB) providências para o cancelamento de todas as multas aplicadas pelo radar da Avenida da Saudade, nas imediações do Cemitério Municipal São João Batista, desde a sua instalação.
Ele ainda exige o mesmo procedimento para multas aplicadas através de equipamentos instalados na Avenida Manoel Goulart, próximos ao Prudenshopping e Rotatória do Museu, além do radar localizado no cruzamento da Avenida Brasil com a Rua Nações Unidas.
Os pedidos serão debatidos pelos vereadores em plenário, na noite de segunda-feira (4), durante sessão ordinária.
Problemas
Nesta semana, o Ipem realizou a fiscalização em 14 radares; apenas quatro ficaram de fora da lista. Do total, quatro apresentaram problemas como a falta de registro de velocidade ou medição acima do real. Por enquanto, as multas geradas pelos equipamentos permanecerão válidas até o encerramento da fiscalização.
Contrato acabando
Neste mês, vence o contrato prorrogado com a Politran Tecnologia e Sistemas Eireli, de São Paulo. Conforme publicou o Portal, Bugalho revelou que a nova licitação para escolha da empresa que operará os serviços de monitoramento de velocidade na cidade deve ser rascunhada nos próximos dias.
Em setembro de 2015, a Politran iniciou a operação de radares na cidade após vencer licitação para contrato de um ano ao valor de R$ 4.457.500. No ano passado, o prazo foi prorrogado por mais 12 meses.
Custa cinco vezes mais
Com uma população de 553 mil habitantes, Londrina/PR tem 20 pontos da cidade monitorados por radares. Lá, o contrato com a Tecdet Tecnologia em Detecções, de Bragança Paulista/SP, custa aos cofres públicos R$ 71 mil mensais, totalizando R$ 852 mil por ano.
Em Prudente, a realidade é bem diferente, com valor anual de R$ 4.457.500,00, ou seja, mais de cinco vezes o preço praticado no município paranaense.
Briga na Justiça
Desde a implantação, os radares são questionados na Justiça. Neste ano, o Ministério Público Estadual (MPE-SP) recomendou à Prefeitura de Presidente Prudente que afastasse Oswaldo Bosquet do cargo de secretário municipal de Assuntos Viários por ele ser o autor da minuta do edital de licitação para a escolha da empresa responsável pela implantação dos equipamentos na cidade.
Na Vara da Fazenda Pública, o juiz Darci Lopes Beraldo aceitou pedido do Ministério Público para abertura de ação civil pública por improbidade administrativa contra o ex-prefeito Milton Carlos de Mello (Tupã), Oswaldo Bosquet, além da Prefeitura, Politran Tecnologia e Sistemas Eireli e Eduardo Alvarez Conradt.
Para receber a ação, Beraldo baseou-se em dois pontos: possível direcionamento do edital e defesas preliminares dos envolvidos sem esclarecimentos.