Da Redação
Em 27/10/2017 às 09:03
Show terá releitura do consagrado grupo vocal paulista "Secos & Molhados", ícone da música brasileira nos anos 1970
(Foto: Divulgação)
Nesse sábado (28), a cantora Raquel Palma e o grupo Saravá Trio fazem uma releitura do consagrado grupo vocal paulista "Secos & Molhados", ícone da música brasileira nos anos 1970. A apresentação é gratuita, na área de convivência do Sesc Thermas de Presidente Prudente, e tem início às 16h.
Por desacreditar na simples reprodução musical, ou o cover, Raquel Palma defende a releitura dos trabalhos que marcaram época. "Tudo acaba sendo uma releitura. É a sua energia, sua carne e sua história. É outro contexto no palco, não mais o do Secos e Molhados. Mas, a gente acaba tentando resgatar aquela essência de irreverência e transgressão, tão pertinente para aquele contexto histórico quanto para esse que estamos vivendo de intensa castração poética que nos acossa", define a cantora.
Formada em Artes Cênicas na Universidade Estadual de Londrina (UEL), ela ainda atua como educadora e produtora cultural. Nos últimos anos, começou a se apresentar em shows na cidade de Londrina (PR), gerando grande repercussão.
"No momento, estou trabalhando só como artista. Faço os shows com o Abacate Contemporâneo e outros eventuais projetos com música. Também estou num projeto de direção de um texto do Tchekhov [Anton Pavlovitch, médico, dramaturgo e escritor russo], o Enfermaria número 6, sobre manicômio, e montando meu projeto de mestrado", relata.
Grupo de estudo de repertório focado em música brasileira, o Saravá Trio é formado por Alessandro Franco (contrabaixo) Fabio Almeida Farinha (bateria) e Israel Laurindo (violão), que realiza um projeto em que apresenta homenagens a compositores brasileiros com cantores convidados.
"São três integrantes de diferentes formações, o violonista vem do choro e do samba, o baixista do rock progressivo e o baterista tem a formação de jazz e música latina. Por termos uma grande amizade e sermos de distintos ritmos, decidimos montar um grupo em que poderíamos estudar diferentes estilos", comenta o violonista Israel Laurindo.
"Começamos com a proposta de um trio instrumental, inspirado no Power Trio que o violonista Baden Powell realizava em sua época de residência na Alemanha e França, mas percebemos que havia um grande potencial para servir de grupo de acompanhamento. Com isso, começamos a convidar cantores e instrumentistas solistas. Percebemos que cada um deles tinha uma influência específica que poderia ser explorada", completa o músico.
No sábado, Raquel Palma e Saravá Trio estarão juntos para reverenciar o trabalho do grupo "Secos & Molhados", que influenciou toda uma geração em plena era repressiva do Governo Médici. "O Secos & Molhados surgiu com a enorme proximidade artística, em termo de estética, que a figura do Ney Matogrosso tem com a cantora Raquel Palma, do Abacate Contemporâneo. Ela tem o timbre de voz parecido, é extremamente performática e cênica", elogia Isarael.
"Eles me chamaram. Disseram que tinha a ver comigo. Eu fiquei muito feliz com o convite. Hoje já são vários shows em festivais. Sempre surge um convite aqui e ali. Me sinto honrada e grata. Porque é muita responsabilidade fazer Secos & Molhados. Existe uma força cênica avassaladora naquilo", agradece a cantora.