Segunda-feira 1 de maio de 2018 | Presidente Prudente/SP

Oficina ensina receitas culinárias ao som de samba em PP

Da Redação

Em 14/02/2018 às 17:17

Ministradas pela culinarista Jaqueline Cardoso, atividades ocorrem sábado e domingo (17 e 18)

(Foto: Divulgação)

Samba e feijoada. Duas das mais incríveis heranças da miscigenação que marcou a história do Brasil se tornaram, ao lado da capoeira e do futebol, símbolos da nossa identidade. Celebrando esse casamento perfeito, o Sesc Thermas de Presidente Prudente realiza sábado (17), a partir das 10h, a oficina Tempero, Sabores e Histórias: Feijoada com Samba.

Ao passo que ensina a receita desse tradicional prato brasileiro e seus acompanhamentos, a musicista e culinarista Jaqueline Cardoso, de São José do Rio Preto (SP), conta histórias e canta sambas, mostrando a estreita relação entre o gênero e o prato.

A atividade segue no domingo (18), também às 10h, mas com outro prato tupiniquim em destaque: o virado à paulista. Típico prato da cidade de São Paulo desde o século 17, consumido tradicionalmente às segundas-feiras, o virado, à base de feijão e famoso por seus acompanhamentos, será feito em meio à música e muitas histórias, na oficina Temperos, Sabores e Histórias: Virado à Paulista com Samba.

As inscrições para as oficinas são feitas na Central de Atendimento do Sesc Thermas, gratuitamente, e as vagas são limitadas.

Feijoada

A história do Brasil está cheia de passagens mal contadas. Nem a origem da feijoada escapa. Diz a lenda que, nos tempos coloniais, os escravos criaram o prato aproveitando as sobras de comida da casa-grande, que incluíam partes descartadas do porco, como pés, orelhas e rabo.

“Na época, essas partes do animal nem eram consideradas menos nobres. Cabeças, rabos e patas eram disputados como iguarias, até porque a carne não era alimento comum nem na mesa dos senhores”, diz Paula Pinto e Silva, autora do livro Farinha, Feijão e Carne Seca – Um Tripé Culinário no Brasil Colônia.

Bem mais provável é que a feijoada seja uma adaptação local do cozido português – na Europa da época, surgiram outros pratos juntando carnes variadas e feijão (só que branco), como também é o caso do cassoulet, originário da França.

Virado à Paulista

Em 17 de agosto de 1822, Dom Pedro 1°, já em seu caminho para as margens do Ipiranga, teria se abastecido de um virado para ter energia e dar seu grito, de acordo com a historiografia.

O virado à paulista, apreciado pelos paulistas e tradicionalmente servido às segundas-feiras, foi reconhecido como patrimônio imaterial do Estado de São Paulo. O título foi dado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arquelógico, Artístico e Turístico do Governo do Estado de São Paulo (Condephaat).

Segundo o órgão, as justificativas para o novo título “giram em torno de sua importância nas viagens de expansão do território brasileiro”. Há referências documentais do prato desde 1602, quando era usado para alimentar as expedições bandeirantes.

A iguaria é originalmente composta por feijão engrossado por farinha de milho ou de mandioca e toucinho de porco. Hoje, a receita costuma levar bisteca, ovo, banana, arroz, couve, linguiça, torresmo e tutu.

“O registro do Virado Paulista pode ampliar a visibilidade de uma característica marcante na História de São Paulo: a integração de culturas de diversas procedências, ainda que historicamente marcada por confrontos, dominações e resistências. Este prato expressa em sua composição uma demonstração da diversidade cultural característica de São Paulo”, diz o parecer técnico da Unidade de Preservação do Patrimônio Histórico que pautou a decisão.

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