Segunda-feira 1 de maio de 2018 | Presidente Prudente/SP

Entidades registram desagravo contra vereador por acusações

Acipp fala em "afirmações infundadas"; parlamentar cita intimidação

ROGÉRIO MATIVE

Em 17/04/2018 às 17:56

Willian Leite rebateu o ato de desagravo e alegou tentativa de intimidação

(Foto: ROGÉRIO MATIVE/PORTAL)

O aumento da taxa de Contribuição de Iluminação Pública (CIP) em Presidente Prudente ainda causa atritos entre entidades da sociedade civil e o líder do governo municipal, o vereador Willian Leite (PPS). Em ato de desagravo, sindicatos e associações acusam o parlamentar de "afirmações infundadas" e de promover discurso "carregado de ódio". Do outro lado, Leite cita uma possível tentativa de intimidação.

O ato de desagravo assinado por quatro entidades foi lido durante a sessão ordinária da Câmara Municipal, na noite de segunda-feira (16). Nele, a Associação Comercial e Empresarial (Acipp), Ciesp/Fiesp, Sindicato dos Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares, além do Sindicato da Panificação pedem explicações sobre "acusações contra as entidades" promovidas pelo parlamentar. Também houve pedido para que o documento fosse enviado ao prefeito Nelson Bugalho (PTB).

"Senhor prefeito Nelson Bugalho, tendo em vista que o vereador citado é vosso líder na Câmara Municipal, que seu pronunciando fere nossos direitos de entidades representativas, pois está carregado de ódio, acusações vis e desproporcionais. Vimos a vossa presença nesse ato de desagravo, pois não entendemos como justo esse desatino do vosso líder", cita o texto.

Na sessão do dia 9 deste mês, Leite utilizou a tribuna para defender o aumento da CIP, rebater os pedidos por audiência pública e atacar entidades que fizeram manifesto contra a proposta. "Outra coisa que trouxeram também essas entidades [sustentação de inconstitucionalidade da matéria], que gastaram mais de R$ 40 mil em publicidade. Uma publicidade errada, enganosa, para trazer a população de Presidente Prudente contra nós, vereadores. Eu estava esperando esse momento para desmascarar esse pedido de audiência pública [cerca de 10 entidades protocolaram pedido de audiência, além de pedidos de Perrone e Izaque Silva]", falou, na ocasião.

Durante a tramitação do projeto de lei nos últimos dias, a Associação Comercial e Empresarial de Prudente (Acipp) e Ciesp/Fiesp divulgaram seu posicionamento contrário ao reajuste por meio de publicidade na TV. Da mesma forma, a Prefeitura promoveu informes publicitários defendendo a proposta.

De acordo com as entidades, a participação da sociedade civil em eventos municipais é extensa e cobra do parlamentar explicações sobre "afirmações infundadas" seguidas de acusações.

"É cediço que as entidades que assinam abaixo, têm se colocando ao seu lado [prefeito] quando solicitadas para ajudar na sua gestão e no desenvolvimento de Presidente Prudente, com a participação em vários conselhos municipais".

O texto cita destinação de recursos e materiais no Concurso Miss Prudente, festividades de fim de ano, comemorações do centenário da cidade, Expo Prudente, revitalização do quadrilátero central, entre outros. "Diante do exposto e não entendendo o porquê o vosso representante gritou tanto de total desrespeito contra as entidades organizadas dessa cidade, sendo que as mesmas sempre colocam suas portas abertas para os secretários e respectivas secretarias, pois entende que unidos seremos mais fortes e que o Poder Público e sociedade civil devem caminhar juntos".

"As entidades somente pediram uma audiência pública e, em nenhum momento, se colocaram contra o aumento, mas que fossem explicados em números e percentuais para quem vai pagar essa conta. Dessa forma, ele quer desmascarar o que. Queremos muito saber", questionam.

Sobre a publicidade gasta com publicidade na TV, as entidades alegam que a finalidade foi defender "seus associados, que realmente vão pagar essa conta duas ou mais vezes, afinal pagarão nos seus comércios e suas respectivas casas". Segundo o documento, o gasto foi de R$ 12.412,94.

"Gostaríamos da mesma forma que a Prefeitura informasse o quanto gastou em seu plano de mídia, assim oferecendo a transparência para a sociedade civil organizada. Pedimos ainda a vossa senhoria que oriente seu líder na Câmara Municipal e que dê explicações em plenária da origem de suas afirmações infundadas e de suas acusações contra as entidades".

Alega tentativa de intimidação

Ao final da sessão, Willian Leite usou a tribuna para rebater o ato de desagravo e alegou tentativa de intimidação. "Sobre esse desagravo que foi lido nesta sessão, eu não necessitaria falar, me expressar com relação a ele, pois é inoportuno", falou.

"O que é evidente é uma tentativa de intimidar esse vereador de trazer aqui sua opinião, suas razões e uma informação nítida, transparente e límpida à população de Presidente Prudente sem nenhuma manifestação partidária", argumentou.

Segundo ele, a liderança de bancada do PPS sustenta sua posição para "dizer o que pensa", sem ferir ninguém. Leite ainda pediu respeito e "ratificou" seu pronunciamento anterior. "O que disse aqui foi o que penso. Sou líder da minha bancada, estou livre para dizer o que penso. O que disse aqui não foi em modo algum para ferir esse ou aquele. Prova disso é o que pedi que os representados pedissem uma prestação de contas".

"Eu, nesse momento, ratifico todos os termos da minha manifestação que fiz na semana passada. Porque elas retratam a verdade, o que foi e o que houve também. Com todo respeito, não é nada pessoal. Eu peço a esses senhores que me respeitem e respeitem minha opinião", finalizou.
 

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