Agência Brasil
Em 11/06/2018 às 16:23
Tabelamento do frete foi uma das reivindicações de caminhoneiros atendidas pelo governo no fim do mês passado para tentar pôr fim à paralisação
(Foto: SÉRGIO BORGES/NOFOCO)
Representantes de caminhoneiros e técnicos da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) retomaram, nesta segunda-feira (11), as negociações em torno da criação de uma nova tabela com os preços mínimos de fretes para o transporte rodoviário.
As conversações a respeito de uma terceira versão da tabela de frete começaram na última sexta-feira (8), um dia após o governo federal anunciar que a segunda versão, publicada na véspera, seria suspensa.
O presidente Michel Temer confirmou, ainda na quinta-feira (7), que a Casa Civil e o Ministério dos Transportes estudavam “uma adaptação à [segunda versão] da tabela dos preços mínimos do frete”.
Desde então, na prática, voltou a vigorar a primeira tabela, editada no dia 30 de maio – apesar de, oficialmente, só hoje a ANTT ter formalizado a suspensão da segunda versão, publicando no Diário Oficial da União a Resolução 5.822, que revoga a anterior, de 7 de junho.
O tabelamento do frete foi uma das reivindicações de caminhoneiros atendidas pelo governo no fim do mês passado para tentar pôr fim à paralisação que durou 11 dias, afetando amplos setores da economia.
As duas primeiras tabelas são alvos da disputa de interesses entre caminhoneiros e representantes do setor produtivo. De um lado, donos de transportadoras rodoviárias e caminhoneiros autônomos se queixam de que os valores atualmente pagos pelo frete mal cobrem os custos das viagens, como combustível, pedágio, alimentação e manutenção do veículo.
De outro lado, empresários de outros segmentos, principalmente agropecuário, alegam que o estabelecimento de um valor mínimo para o frete limita a concorrência e aumenta os custos de transporte de cargas.
Não há previsão de quando será anunciada a terceira versão da tabela. Os técnicos da agência receberão as contribuições dos representantes dos caminhoneiros e continuarão “aprofundando as discussões sobre a matéria” a fim de “chegar a uma solução que harmonize os interesses de produtores, transportadores e sociedade”, segundo a ANTT.
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