Segunda-feira 1 de maio de 2018 | Presidente Prudente/SP

Poeta popular é homenageado em espetáculo infantil no Sesc Thermas

Da Redação

Em 17/08/2018 às 17:11

Peça retrata a vida e obra do artista conhecido por seus poemas e cordéis

(Foto: Divulgação)

O nome dele é Patativa do Assaré, mas também pode ser chamado de “porta-voz do sertão”. Um dos mais importantes poetas nordestinos, o cearense é homenageado no Sesc Thermas de Presidente Prudente, domingo (19), com o espetáculo "Letras Perambulantes", encenado pelos paulistanos do Núcleo Caboclinhas.

Com início às 15h, a peça retrata a vida e obra do artista conhecido por seus poemas e cordéis. A entrada é livre. Apresentado pelo projeto Arte em Cena, a montagem é dirigida por Luciana Silveira, e passa pela infância de Patativa na roça, suas primeiras rimas, a paixão pelos cordéis trazidos pelo pai, sua chegada na rádio Araripe, o amor por Belinha, além de sua relação com a literatura e o povo sertanejo.

A trilha sonora da peça é composta de canções do próprio poeta – ou seja, poemas seus que foram musicados por nomes como Luiz Gonzaga e Fagner – e por um repertório original composto exclusivamente para o espetáculo, por Aline Anfilo e Zé Modesto.

A trilha é toda executada ao vivo pelas atrizes Aline Anfilo, Geni Cavalcante, Giuliana Cerchiari e Luciana Silveira, que se revezam entre os personagens reais e fictícios da história.

O grupo ainda comanda a oficina No Traço do Cordel, em seguida, às 16h, pelo projeto Brincando com Arte. Na atividade, as crianças vivenciam um momento lúdico e musical, a partir de brincadeiras com rimas, que vão se desdobrando em outras brincadeiras com o próprio cordel, e culminando na composição de uma obra.

Depois de pronto, o foco da brincadeira passa a ser a musicalidade do cordel, fazendo com que os pequenos arrisquem musicá-los, aguçando sua criatividade, musicalidade e imaginação.

Patativa do Assaré

Nascido em 1909, na Serra de Santana, pequena propriedade rural do município de Assaré, no Sul do Ceará, Antônio Gonçalves da Silva perdeu o pai aos 8 anos, passando a trabalhar na roça para ajudar no sustento da família pobre. Não bastasse o sofrimento, ainda menino, perdeu a visão do olho direito.

Começou a escrever poesia logo que entrou na escola, aos 12 anos, e aos 16, ganhou uma viola da mãe, ingressando na arte dos repentes e passando a se apresentar em saraus e pequenas festas de sua cidade natal. Por volta dos 20 anos, recebeu o pseudônimo de Patativa, por sua poesia ser comparada com a beleza do canto da ave nordestina de mesmo nome, que possui um canto doce e suave. Posteriormente, adotou o Assaré em homenagem a sua cidade natal.

Presença constante na Feira do Crato, onde participava na Rádio Araripe declamando seus poemas, foi ouvido em uma destas ocasiões por José Arraes Araripe, que lhe ajudou na publicação de seu primeiro livro, “Inspiração Nordestina”, de 1956.

Embora tenha frequentado tão pouco a escola (apenas seis meses), dentre várias premiações, ele foi nomeado por cinco vezes Doutor Honoris Causa, uma honraria concedida por universidades a uma pessoa que se destaca em sua área de atuação. Para se ter uma ideia, no Brasil, nomes como os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva, e os músicos Maria Bethânia e Milton Nascimento já receberam o título.

No exterior, celebridades como a escritora J.K. Rowling (autora da saga Harry Potter), a apresentadora Oprah Winfrey, a atriz Meryl Streep e o lutador Muhammad Ali, também foram agraciados com o prêmio. Historicamente, um doutor honoris causa recebe o mesmo tratamento e privilégios que aqueles que obtiveram um doutorado acadêmico de forma convencional.

O poeta faleceu aos 93 anos, em 2002, mas sua memória continua viva no Memorial Patativa do Assaré, em sua cidade natal, Assaré, no Ceará. Sua obra tem sido estudada por pesquisadores, professores, abordada nas universidades e fora delas, além de ter sido objeto de estudo de mestre e doutores.

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