Da Redação
Em 31/08/2018 às 16:53
Fórum realizado em Prudente reuniu pesquisadores renomados da área
(Foto: Mariana Tavares/Unoeste)
Em 2017, foram confirmados 413 casos de leishmaniose canina em Presidente Prudente. Neste ano, até o momento, já são 168 registros pelo Centro de Controle de Zoonoses (CCZ). Os números não preocupam apenas a capital da Alta Sorocabana, mas coloca em alerta todo o país.
E não é para menos, pois quando a doença atinge humanos, se não tratada, leva à morte em 90% dos casos. E os cães estão no processo de transmissão, já que quando são picados pelo mosquito, podem desenvolver a doença e se tornarem potenciais transmissores.
Para discutir o tema, Presidente Prudente sediou o Fórum de Leishmaniose: Aspectos Técnicos e Jurídicos. A atividade nessa quinta-feira (30) foi fomentada pelo curso de Medicina Veterinária da Unoeste.
Eficácia de tratamento
Sobre o assunto, o médico veterinário e pesquisador do tema, Fábio dos Santos Nogueira, presidente do Brasileish (grupo de estudos em leishmaniose animal) e coordenador da Faculdade de Medicina Veterinária de Andradina (SP), falou sobre o desafio, principalmente no meio científico, em relação à doença; mas também destacou os inúmeros avanços.
“De mais novo, temos as pesquisas de prevenção, seja com coleiras, pipetas ou outros fármacos que vêm surgindo com a medicina baseada em evidências científicas”, pontua.
Em relação ao tratamento do animal infectado, Nogueira afirma ser eficaz, mas frisa que exige um comprometimento muito sério do proprietário, do médico veterinário e também do centro de controle de zoonoses com o monitoramento desses pacientes.
“Demonstramos que os animais apresentaram melhora clínica importante com o tratamento, com uma redução da carga parasitária; e consequentemente conseguimos um bloqueio da transmissão. Com isso, fez com que o animal não se tornasse mais um ponto importante no ciclo epidemiológico da doença”, explica.
O pesquisador ressalta que são indicadas, como prevenção, as pipetas - aplicadas no dorso do animal -, os colares e a vacina. “Essas três linhas têm a função de evitar que o inseto chegue ao animal, e que se picar, o inseto morre. A vacina tem um resultado satisfatório, pois ela estimula a imunidade celular, assim, mesmo que o animal seja infectado, o próprio sistema imunológico consegue debelar a infecção”, diz.
O fórum contou também com a participação das doutoras Denise Theodoro e Lourdes Aparecida Zampieri D’Andrea. “Muito relevante a discussão, porque é uma doença que tem avançado na região. E aqui, como são futuros profissionais que estarão à frente do serviço de zoonose, é muito importante uma formação sólida nesse tema”, destacou a Dra. Lourdes, pesquisadora do Instituto Adolfo Lutz.
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