Segunda-feira 1 de maio de 2018 | Presidente Prudente/SP

Jejum intermitente ou low carb? Especialista explica o caminho para dieta

Da Redação

Em 03/09/2018 às 10:43

Especialista participou da 27ª Jornada Científica de Nutrição promovida pela Unoeste, em Presidente Prudente

(Foto: Mariana Tavares/Unoeste)

Jejum intermitente e dieta low carb são duas estratégias de emagrecimento muito abordadas atualmente. Mas, ao mesmo tempo em que carregam vários seguidores, trazem também muitas polêmicas. Ocorre que, de fato, cada uma tem suas vantagens e desvantagens, e elas não têm o mesmo efeito para todas as pessoas, daí a importância da boa orientação profissional.

Esses e outros pontos são abordados pela nutricionista Elisa de Almeida Jackix. “Nos resultados que estamos encontrando em estudos, constatamos que o jejum intermitente e a dieta baixa em carboidrato podem ser estratégias usadas para o emagrecimento tanto quanto a restrição calórica normal. Então, não dá para falar que elas são melhores que uma dieta hipocalórica comum”, destaca.  

Contudo, ela ressalta que não dá para fazer essas dietas sem a ajuda de um profissional capacitado. “Tem muita coisa que vem sendo veiculada pela mídia e que não é verdade. As pessoas gostam de adotar um método e só falar bem dele, como se o resultado fosse igual para todos. Não podemos generalizar, e é o profissional quem irá verificar cada caso”, frisa.

Ela explica que se a dieta do jejum intermitente tiver o mesmo valor calórico que uma restrita em caloria, então elas terão os mesmos efeitos no organismo. "Agora, se comparar uma dieta de 2 mil calorias com uma de jejum, onde pula-se uma refeição e ingere 1,5 mil calorias, esta levará à perda de peso mais rápido, por conta da redução calórica da alimentação", pontua.

O primeiro passo, segundo a profissional, é verificar quem é o paciente; depois, tomar cuidado com os micronutrientes, “evitando que a alimentação seja muito desbalanceada em termos de vitaminas e minerais, porque poderá trazer uma deficiência nutricional importante ao paciente”, diz.

A especialista cita um recente estudo em que foi avaliado se a quantidade do carboidrato ingerido tinha relação com o índice de mortalidade. Avaliou-se, também, se as fontes alimentares de gordura e proteínas que são usadas em substituição ao carboidrato afetavam esse índice ou não.  A investigação foi por meio de um questionário de frequência alimentar durante 25 anos, com mais de 15 mil adultos entrevistados.

“Quando a dieta tinha acima de 70% do valor energético total [VET] de carboidrato, o índice de mortalidade aumentou; mas o número foi ainda maior quando a dieta tinha menos de 40% do VET desse nutriente, o número de mortalidade é ainda maior. E quando se consome 50%, esse índice é o menor de todos. Então vemos que o equilíbrio é o fator principal”, frisa.

Nos indivíduos acima de 50 anos, que ingeriram menos de 30% do VET de carboidrato, a pesquisa mostrou que eles tinham expectativa de vida 4 anos menor do que àqueles que consumiam de 50-55%; enquanto em relação aos que se alimentavam com mais de 60%, a redução de vida era em 1,1 anos. “Percebemos, com esse estudo, que para esse público não é uma boa estratégia. Assim, também concluímos que os dois extremos, ingerir menos ou em excesso, está relacionado à menor expectativa de vida”, fala.

Outro fator relevante confirmado pelo estudo é que a qualidade do carboidrato é tão importante quanto a quantidade. Por exemplo, quando se passa a consumir mais alimentos de origem animal, aumenta o risco de mortalidade com doenças cardiovasculares. “Mostra que se eu quiser trabalhar com menos carboidrato, ok, desde que eu substitua por fontes saudáveis. A pessoa que faz o low carb, muitas vezes deixa de ingerir frutas, e são os alimentos com mais antioxidante. Esse estudo confirmou o que falamos muito no curso de graduação, que quando se pensa em saúde em longo prazo, não podemos adotar nem a redução extrema e nem o excesso de cada alimento”, conclui.
 

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