Segunda-feira 1 de maio de 2018 | Presidente Prudente/SP

Sem dinheiro, reforma em praça é trocada por reparos em Prudente

Projeto de R$ 20 milhões é deixado de lado; obras devem durar 30 dias

ROGÉRIO MATIVE

Em 06/09/2018 às 20:20

No local, será retirado o alambrado que cerca o parque infantil para facilitar o acesso e a circulação das pessoas

(Foto: Marcos Sanches/Secom)

Sem conseguir tomar empréstimos bancários, a Prefeitura de Presidente Prudente vai, aos poucos, deixando de lado o projeto de integração da área central com a Vila Marcondes estimado em R$ 20 milhões. A principal proposta era revitalizar a Praça da Bandeira por meio de ampla reforma. Contudo, o espaço deve receber apenas reparos na iluminação e piso nos próximos dias.

Nesta quinta-feira (6), a Prefeitura anunciou a reforma da Praça da Bandeira. No local, será retirado o alambrado que cerca o parque infantil para facilitar o acesso e a circulação das pessoas.

Arbustos, árvores e outros elementos paisagísticos também passarão por adequações, para tornar a praça mais clara e arejada, segundo a Secretaria Municipal de Comunicação (Secom).

Questionada pelo Portal, a Secom garante que nenhuma árvore será retirada da praça. "Pelo contrário, haverá reforço no paisagismo da praça. As árvores ali existentes terão as copas erguidas para dar mais claridade ao espaço, garantindo assim maior segurança aos frequentadores. Já os arbustos rasteiros, estes sim, poderão ser retirados de acordo com o projeto paisagístico a ser executado no local", revela, em nota.

Conforme o arquiteto da Secretaria Municipal de Obras e responsável pelo projeto, Maurício Fernandes, diversas luminárias serão instaladas no espaço. "Outras reformas estruturais também estão previstas, como colocação de bancos e troca do piso e adequações de acessibilidade", adianta.

As obras no local serão executadas paralelamente aos trabalhos iniciados no canteiro central da Avenida Washington Luís que ganhará aspecto "semelhante ao das primeiras décadas da cidade, com paralelepípedos e ladrilhos", projeta a Prefeitura.

A vontade era outra

Anunciada com pompa pelo prefeito Nelson Bugalho (PTB) no fim do ano passado, a reforma da Praça da Bandeira visando a interligação com a Vila Marcondes não saiu do papel. Avaliado em R$ 20 milhões, o projeto previa ainda a demolição dos estabelecimentos localizados embaixo do Viaduto Tannel Abbud, que dariam lugar à Praça da Alimentação do Camelódromo.

Também seria demolido o muro paralelo à linha férrea, além de adequação da passagem subterrânea que liga a Praça da Bandeira à Vila Marcondes; que seria adaptada para receber obras de arte e exposições. Por último, seria feita a troca de cobertura do camelódromo e de toda a fiação elétrica.

As obras eram previstas para o início deste ano, porém, sem dinheiro em caixa, a Prefeitura encontra dificuldades para obter empréstimos financeiros.

Apesar de conquistar a aprovação de propostas de autorização da Câmara Municipal para tomada de financiamentos, o município sofre o entrave produzido pelos alertas emitidos pelo Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP), que apontou irregularidades nas contas de 2017, que seguem em análise para futura votação da Corte.

O volume de pedidos de autorização para empréstimos foi criticado por vereadores neste ano, que apontaram falta de medidas de economia como, por exemplo, diminuir o número de comissionados.

Sem camelódromo

Promotor de Justiça de Meio Ambiente licenciado, o prefeito Nelson Bugalho defendia a retirada do camelódromo da Praça da Bandeira antes de assumir a cadeira do Executivo.

Em 2008, abriu inquérito com o objetivo de o Ministério Público do Estado (MPE-SP) apurar responsabilidades pela invasão da praça, que recebeu placa em homenagem ao ex-prefeito Agripino de Oliveira Lima, assíduo frequentador do local, falecido neste ano.

Em sua gestão, foram construídos os boxes substituindo as antigas barracas que se multiplicavam na praça a cada dia.

Na época, Bugalho sugeriu que os boxistas fossem transferidos para os galpões da antiga Ferrroviária, porém, a União - dona do local - vetou a ideia. Após várias audiências sem sucesso, o Camelódromo segue na praça.

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