Segunda-feira 1 de maio de 2018 | Presidente Prudente/SP

Próteses auditivas implantáveis podem mudar vida de quem nasce sem escutar

Da Redação

Em 19/09/2018 às 17:09

Dra. Angela Ribas, coordenadora do serviço de saúde auditiva do Hospital Pequeno Príncipe, durante palestra em Prudente

(Foto: Mariana Tavares/Unoeste)

Você já imaginou um mundo sem som? Uma vida sem falar, cantar, escutar, enfim... Agora, imagina também a sensação de ouvir pela primeira vez! Você já deve ter visto vídeos na internet de crianças que passam a escutar com a ajuda da tecnologia e que ficam surpresas com um mundo que não faziam ideia que existia. Sim, o mundo com som é mais especial, e, hoje, é possível um bebê que nasce com perda auditiva profunda passe a escutar normalmente em um ano.

Trata-se de um procedimento relativamente recente no mundo e que a cada dia avança mais. A fonoaudióloga Angela Ribas, uma das referências na área e coordenadora do serviço de saúde auditiva do Pequeno Príncipe, o maior hospital exclusivamente pediátrico do Brasil, localizado em Curitiba (PR), esteve em Presidente Prudente, nessa terça-feira (18), para falar sobre próteses auditivas implantáveis.  

O evento que ocorreu no Teatro César Cava integrou a programação da 13ª Jornada de Fonoaudiologia, que termina na sexta-feira (21). A especialista falou sobre as novidades envolvendo próteses auditivas implantáveis e lembrou que até há pouco tempo, a única solução auditiva que existia era o aparelho atrás da orelha, porém, ele amplificava tudo, inclusive ruído, então se esse usuário estivesse em ambiente barulhento, ele escutava pouco da fala e percebia mais o barulho e os ruídos.

O implante consiste em uma prótese colocada dentro da parte interna do ouvido e outra presa ao redor da orelha. Esse conjunto de equipamentos passa a fazer a função da cóclea, codificando os sons, transformando os sinais sonoros em impulsos elétricos e fazendo com que a pessoa passe a ouvir. A prótese depende da perda auditiva do paciente.

“Se é uma perda profunda, em que não escuta absolutamente nada, o indicado é o implante coclear; se a perda é condutiva, que não tem a orelha, por exemplo, mas lá dentro funciona normal, então o indicado é colocar uma prótese de condução óssea. Hoje existem muitas alternativas para reabilitar a audição”, explica.

A médica salienta que para a criança que nasce surda, o quanto antes ela fazer o implante, melhor. “Isso porque a criança que nasce ouvindo passa praticamente um ano aprendendo a escutar, guardando as imagens sonoras da mãe, do pai e familiares, então começa a emitir as primeiras palavras. Já a que nasce surda perde esse tempo de aprendizagem, que é muito precioso para o cérebro. Temos crianças com 9 meses já sendo implantada. A dificuldade ainda está no diagnóstico, pois ainda temos um pouco de receio de diagnosticar errado”, comenta, frisando que o procedimento também é realizado em adultos e idosos que se encaixam nos critérios para o implante.

Mas toda cirurgia gera um medo, principalmente dos pais. “Existe todo um processo de sensibilização. Primeiro que, hoje, os pais já chegam ao hospital sabendo de muita coisa porque se informam na internet, mas mesmo assim eles passam por consulta com psicólogo, assistente social, médicos e fonoaudiólogos. Só vai para a cirurgia quem está muito bem de saúde, e ela é rápida, dura cerca de 1h30, e pode ter alta no mesmo dia. Um mês depois o aparelho é ligado e o paciente está escutando”.

Sobre presenciar a reação de quem escuta pela primeira vez, a fonoaudióloga afirma que até hoje se emociona. “A gente não sabe o que eles estão escutando, mas adultos que usam implante e que escutavam antes, relatam que é muito parecido”, diz. (Com Assessoria de Imprensa)

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