Domínio das técnicas de produção em solos arenosos serve de exemplo
Da Redação
Em 17/10/2018 às 11:23
Área no Estado de São Paulo está se aproximando de 1 milhão de hectares
(Foto: Ector Gervasoni/AI Unoeste)
O solo do Oeste Paulista não é o mais indicado “na teoria” para a expansão da cultura de soja. Arenoso, tem baixa capacidade de retenção de água e de fertilidade natural. Mesmo assim, a área cultivada na região aumentou 80% nos últimos seis anos. Reflexo direto no Estado de São Paulo que, com isso, cresceu 54% neste período.
A contradição apontada tem explicação. Estudo do pesquisador Edemar Moro, especialista em Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) e na produção de soja, mostra que o domínio das técnicas de produção neste ambiente arenoso, serve de exemplo para regiões com clima e solo favoráveis. “É comum a frase do tipo: se a região de Prudente produz soja, é possível produzir em qualquer lugar”, explica.
O Estado de São Paulo detém a oitava maior área destinada a cultura de soja no Brasil, mas se tratava de algo estacionado em 500 mil hectares. Área que cresceu muito nos últimos seis anos, se aproximando de 1 milhão de hectares.
A vocação regional acompanha a estadual, tradicionalmente conhecidas pela pecuária. “A cada ano que passa, a área, em hectares, diminui na pecuária. E a soja é a que tem maior tendência de aumento”, segundo Moro.
Uma alternativa é a Integração Lavoura-Pecuária (ILP), um sistema onde o produtor não deixa de ser pecuarista. O que ocorre é o uso da agricultura para recuperar as pastagens. “Essa tecnologia vem crescendo e ganhando adeptos a cada dia e, sem dúvida, será responsável por mais aumentos nos números relacionados à soja na região. As cooperativas e empresas estão investindo em dar suporte técnico e comercial a eles [produtores]”, afirma.
Moro detalha que se trata de um processo de substituição de uma atividade em decadência por uma que não permite erros, no caso, a soja. “O interessante é que após a colheita da soja, a pecuária pode retornar na área e terá produtividade muito superior a que apresentava antes. É um fenômeno chamado ILP”, finaliza.
O estudo do docente da Universidade do Oeste Paulista (Unoeste) foi realizado com dados gerados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati) e compilados pelo Instituto de Economia Agrícola, da Embrapa.
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