Da Redação
Em 10/11/2018 às 13:17
Dólar continua a pressionar preços, mas os vilões do mês foram legumes, tubérculos e aves
(Foto: Arquivo)
O Índice de Preços dos Supermercados (IPS), calculado pela Associação Paulista dos Supermercados (Apas) e pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), subiu pelo segundo mês consecutivo. Em outubro, a inflação foi de 0,84% no comparativo com setembro. Com este resultado, o acumulado do ano agora apresenta inflação de 4,45%.
“Em outubro, os preços dos produtos dependentes do dólar continuaram subindo, principalmente em artigos de higiene e beleza. Em compensação, o leite segue sua curva descendente e apresentou nova deflação. Porém, nem este novo decréscimo deste item, que tem alto peso no índice geral, não foi capaz de conter a escalada de preços em sua totalidade”, explica o economista da Apas, Thiago Berka.
A entidade projetou para 2018 uma inflação entre 3% e 4% no Índice de Preços dos Supermercados. A disparada de preços em outubro coloca em xeque esta previsão e em dúvida se o ano vai encerrar com uma inflação mais contida. “Para que tenhamos uma inflação dento da meta prevista precisaremos contar com a queda nos preços dos hortifrutigranjeiros até o final do ano”, avalia Berka.
Em outubro, das 28 categorias analisadas 20 tiveram aumentos no preço. No mês anterior, os aumentos foram praticamente iguais e chegaram a 19 categorias. A diferença na alta da inflação está na magnitude observada do crescimento do índice de alguns produtos chave.
O dólar continua tendo forte influência no preço dos produtos que têm matéria-prima cotada na moeda americana, como os casos das categorias de higiene e beleza e de produtos de limpeza. Outros que sofrem com o câmbio são os itens importados e commodities.
No entanto, surpreendentemente os artigos de limpeza apresentaram deflação de 0,34% em outubro, acumulando alta de 6,37% no ano. Já os preços dos produtos de higiene e beleza cresceram 1% no mês, chegando a um aumento de 2,92% no ano. A concorrência com farmácias e a própria indústria segura um pouco mais os preços destes produtos.
Panificados e massas, que dependem do trigo cotado em dólar, apresentaram, respectivamente, altas de 0,21% e 1,78% no mês de outubro, e 4,74% e 11% no acumulado de 2018. “O efeito do dólar é impactante nos preços dos supermercados quando permanece muito tempo em patamares acima de R$3,70. Quando isso acontece, historicamente, temos crescimentos maiores no índice”, diz.
Além dos produtos impactados pelo dólar, os principais vilões do mês de outubro foram as aves, com alta de 2,37%; os legumes, com crescimento de 26%; e os tubérculos, com aumento de 12%. Essas categorias representam grande parte do abastecimento do dia a dia do brasileiro e tornaram o mês complicado para o consumidor.
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