Do UOL
Em 13/12/2010 às 18:17
O ano de 2010 foi atribulado para Antônio Carlos Zago. O técnico se destacou em uma equipe pequena, assumiu um grande clube, foi demitido por brigar com um jogador e agora, desempregado, aguarda um convite para voltar a trabalhar. Mas foi na vida pessoal que ele teve seu maior susto e também vitória ao superar um câncer de tireóide.
Zago sentiu no corpo os estragos que o estresse, a pressão do futebol e a vida agitada podem provocar. No primeiro semestre, ainda quando comandava o Palmeiras, descobriu em um check-up que tinha um tumor maligno na tireóide.
Em abril, passou por uma cirurgia para a retirada do nódulo e foi submetido a sessões de iodoterapia, um tratamento a base de iodo radiativo. Curado, Zago comemora a descoberta da doença logo no começo, mas ainda se refaz do susto.
“A sensação é de impotência. Apesar de ser um tipo de câncer mais fácil de curar, é câncer. A palavra já assusta”, disse ele, que se considera mudado.
“Sempre batalhei muito. Dentro de campo cometi alguns erros, mas fora sempre fui uma pessoa tranquila. Ultimamente o futebol tem me tirado muito o tempo. Algumas vezes até esqueci a minha família e a minha mãe, já que meu pai faleceu. Voltei a ter os pés no chão e vi que não se vive só de futebol. As pessoas são mais importantes. Quero ter mais tempo para elas”, disse.
Com esse pensamento, Zago aproveitou a pausa na carreira para se recuperar e descansar. Seu último clube foi o rebaixado Grêmio Prudente, sediado na sua cidade natal, mas que ele deixou em setembro após apenas seis jogos no comando.
Entretanto, nesse período não parou de acompanhar o esporte. Manteve-se atualizado e em uma excursão pela Europa fez estágio em clubes italianos como a Roma e assistiu ao clássico espanhol entre Barcelona e Real Madrid.
Agora ele quer voltar aos gramados de forma ativa e não descarta trabalhar na Série B do Brasileirão. “Estou esperando um time. Os campeonatos terminaram agora e tem um time ou outro sem treinador. Nunca fui de forçar a barra, as coisas sempre aconteceram naturalmente pela minha competência. Gostaria de assumir no início do ano, mas se não acontecer, continuarei esperando. Tenho só um ano e meio de profissão. Para mim, Série A ou B serão importantes para praticar”, afirmou.
Apesar dos altos e baixos e das polêmicas, Antônio Carlos tem uma avaliação positiva do ano de 2010. Considera que fez um bom trabalho no São Caetano e não via alternativas para evitar o rebaixamento do Grêmio Prudente.
No caso Palmeiras, ele se diz responsável pelos reforços da “Era Felipão”, mas garante que não teve tempo de dar continuidade ao trabalho por uma “sacanagem”.
Em maio deste ano, o técnico foi demitido após ser acusado de brigar com o atacante Robert. Os dois teriam trocado socos no ônibus da delegação palmeirense no Rio de Janeiro, onde a equipe empatara com o Vasco. Os demais jogadores da equipe precisaram apartar a briga.
Mas o técnico nega o acontecido e aponta erros da diretoria em 2010. “Fui demitido por uma sacanagem. Nunca briguei com jogador. Tudo é sequência. O Palmeiras mudou três vezes de técnico esse ano. Quando você muda muito está praticamente assinando os erros. Fiz um planejamento para contratar Valdivia e Kléber, mas não deu para continuar”, disse. (Luiza Oliveira/UOL)
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