Maycon Morano
Em 23/12/2010 às 15:37
Presidente Prudente precisa de mais quatro creches para atender aproximadamente 800 crianças de 0 a 3 anos que hoje estão na fila por uma vaga. É o que aponta a secretária municipal de Educação (Seduc), Ondina Barbosa Gerbasi, na série de entrevistas especiais do Portal.
A intitulada cidadã prudentina que é nascida em Iepê, adianta que em 2011 a ideia é suprir este déficit. Destas quatro unidades que são necessárias, sem contar a que será inaugurada em fevereiro no Jardim Cobral, a Vovó Silvéria, uma já está definida: será no Residencial Funada. Para a construção das outras três, a Secretaria de Planejamento está analisando a demanda e a disponibilidade de terrenos no município.
De acordo com a pedagoga e mestre em Educação Brasileira, que lecionou em todos os níveis educacionais, desde a zona rural até universidade, o Programa Cidadescola foi um dos maiores avanços de Prudente no ensino municipal.
Confira abaixo a entrevista completa com a secretária de Educação:
Portal: Qual a maior dificuldade que a Educação de Presidente Prudente enfrenta hoje?
Ondina Gerbasi: Temos a questão das creches para crianças de 0 a 3 anos. Nós temos demanda por vagas em creches e esse vai ser nosso grande foco em 2011. Queremos atender, na medida do possível e gradativamente, dar conta dessa demanda. Nós atendemos praticamente quase 3 mil crianças nessa faixa de idade e a cada ano há nova procura. A demanda não acaba nunca, porque senão seria estagnar a população. Mas apesar disso, ela é cíclica também, porque à medida que crianças nascem, também têm as que passam de ciclos.
P: Quantas novas unidades Prudente precisa para suprir esse déficit?
OG: Acreditamos que com a construção de quatro novas unidades nós possamos empatar essa questão de demanda. Se não zerar, ao menos diminuir bastante. Nós temos a inauguração de uma nova creche no início das aulas em fevereiro, que vai atender 180 crianças, 120 são para crianças de 0 a 3 anos; ela será no Jardim Cobral, a Vovó Silvéria. Além dessa que vai inaugurar, serão mais quatro.
P: Quantas crianças estão na fila para entrar na creche em Prudente?
OG: Temos por volta de 800 crianças, se fizer um levantamento de novos nascimentos no município.
P: Onde serão instaladas estas novas creches?
OG: Será de acordo com a demanda de cada região da cidade, mas o principal problema é a questão de terreno, precisamos de espaço físico. Mas uma delas vai ser no Residencial Funada, próximo ao Sest/Senat. As outras três a Prefeitura, através da Secretaria de Planejamento, já está analisando os possíveis espaços físicos para podermos fazer as construções. Mas que vai começar em 2011, isso vai.
P: O que a senhora destaca como principal ação da Secretaria de Educação?
OG: Primeiro a questão do início da nossa gestão, a alteração de quatro para cinco horas da educação formal. A colocação do professor já no maternal. Outro grande destaque foi a tutoria na rede municipal. Hoje, nossas crianças especiais têm o direito de estudar na escola comum, na escola formal. Seja a criança que apresente alguma dificuldade ou alguma deficiência específica, seja física ou mental, para que ela possa estar dentro, inserida, vir a fazer parte do ensino formal. Temos mais de 50 crianças com essas características na rede. É um tutor para cada. Outra grande conquista foi o programa Cidadescola, que passamos dessas cinco horas, para nove horas. São nove escolas que estão trabalhando em tempo integral.
P: Como funciona o Cidadescola?
OG: Na verdade não é mais apenas uma questão de tempo integral, mas também de ações integrais. Ele recebe durante todo esse período orientação educacional, metodológica e abrangendo todas as áreas do desenvolvimento humano. São ações para que aquela criança seja ajustada a seu meio e que possa ter oportunidades de igualdade de condições com quaisquer outras crianças de seu meio. Além do ensino formal, ela recebe a segunda língua, no caso o inglês; iniciação a informática; orientação musical, para ficar mais sensível, mais atento; além das aulas de empreendedorismo.
P: Existe a intenção de expandir o Cidadescola?
OG: A ideia é gradativamente expandir. À medida que você consolida nesse projeto piloto as ações, você pode começar a pensar em expansão, pois o objetivo principal é exatamente poder preparar a criança plenamente e com o auxílio da comunidade. Nós queremos transformar Presidente Prudente numa cidade modelo em educação, numa cidade cuja preocupação central seja a educação de seu povo, porque isso garante uma cidade desenvolvida.
P: A Seduc compara o resultado de crianças no Cidadescola com as que não participam?
OG: Estamos sim aplicando as nossas avaliações e estamos sentindo a diferença inclusive no índice de aprendizagem, vemos as crianças mais interessadas, querendo ficar na escola. Com isso, o pai também se interessa, porque vê a criança mais ativa, ele quer participar também e os índices e aprendizagem estão sendo muito consideráveis. Há uma melhoria. Quanto mais ela tem, mais ela quer.
P: Mais alguma escola deve receber o programa em 2011?
OG: Possivelmente. Nós estamos fechando o sistema de municipalização desse primeiro ciclo e vamos receber na secretaria a escola Catarina Filho; nela também pretendemos implantar o Cidadescola.
P: A Secretaria de Saúde recebeu um sistema de gestão com a integralização de todas as unidades. Isso deve ser feito em 2011 também na Educação? Como a senhora avalia essa novidade?
OG: É uma reivindicação nossa desde 2009. Está faltando isso para podermos fazer uma gestão mais eficiente, mais eficaz; precisamos ter todo um sistema próprio de gestão. E é por isso que nós estamos lutando para caminharmos para uma excelência de trabalho. Entretanto, não queremos apenas a ligação entre as escolas, nós precisamos de um sistema de gestão no sentido de gerenciar toda a rede. Nós temos praticamente 2.100 funcionários. Queremos saber quem é quem, onde está cada um, para poder gerenciar melhor os recursos humanos, almoxarifado.
P: E como será 2011 para a educação municipal de Prudente?
OG: Vamos dar continuidade aos nossos projetos, aumentar e consolidar todos os programas novos. Continuar implantando laboratórios de informática em outras escolas. Vamos trabalhar em cima da ideia de novas unidades escolares. No Parque Alvorada, vamos dar início a uma escola de educação fundamental. Tem, também, a proposta das quatro novas creches. A reforma das escolas, porque nós temos prédios antigos e que demandam acerto, acessibilidade. Nosso grande foco é privilegiar a educação infantil, de 0 a 3 anos.