Maycon Morano
Em 29/12/2010 às 10:00
Nascido em Mirandópolis, o profissional com formação em direito e jornalismo afirma que a mudança foi realizada apenas com alguns “ajustes” internos, sem impacto financeiro.
O professor de 52 anos originário do rádio, mas que já trabalhou com impresso, televisão e online, também pontua qual a relação da secretaria com os outros meios de comunicação da cidade, a abrangência de sua Pasta e os planos de possuir um braço terceirizado de publicidade e propaganda em 2011.
Confira abaixo a entrevista completa com o secretário de Comunicação de Prudente:
Portal: A mudança de assessoria de imprensa para Secretaria de Comunicação foi realmente para criar uma agência de notícias?
Homéro Ferreira: Uma agência de notícias para a divulgação de Presidente Prudente. Esse que é o grande gosto: além de mostrar as ações do Poder Público, divulgarmos a cidade inteira. Amanhã qualquer profissional que vier trabalhar aqui no meu lugar, espero que tenha o mesmo gosto e comportamento. Estamos solidificando uma cultura de comunicação em prol de Prudente, que é o grande sentido, para trazer uma melhor qualidade de vida para a população.
P: Mas ainda trabalham com a questão de assessoria de imprensa?
HF: A todo instante nós ainda fazemos isso, pessoalmente, por telefone ou email. Fazemos um trabalho próprio assessorando as redações, encurtando caminhos. Às vezes, algum jornalista liga para um secretário e não consegue. Nós temos uma rede interna, que é coorporativo, que nós nos falamos a todo instante, então a gente ajuda os jornalistas dessa forma: entrando em contato com o secretário que pode estar em determinada reunião ou incomunicável. Existem esses dois trabalhos.
P: O que trouxe a mudança de assessoria para secretaria?
HF: A mudança de assessoria para secretaria só representou alguns ajustes, ela não teve nenhum impacto financeiro diferente e não houve nenhuma contratação, apenas acomodações daquilo que já tinha. Para estrutura interna, mesmo antes de se tornar secretaria, ela foi sendo modificada para se tornar mais funcional, também sem nenhum gasto exagerado, expressivo, ou qualquer coisa assim. Então tudo foi dentro dos limites.
P: Houve uma mudança na rotina de trabalho para se trabalhar como Secretaria?
HF: A rotina do trabalho ela foi sendo implementada dentro de uma determinada dinâmica que a gente pensa que a cidade exige, no sentido de estar informada daquilo que acontece com o Poder Público. Não só com relação ao prefeito, mas com cada secretaria da administração municipal, com cada braço do Executivo, como a Prudenco [Companhia Prudentina de Desenvolvimento] que é uma empresa de economia mista; a Prudenprev [Sistema de Previdência dos Servidores Públicos Municipais de Presidente Prudente] que cuida dos assuntos previdenciários dos servidores e outros órgãos.
P: A criação da secretaria de comunicação e implantação de um portal da Prefeitura foi planejado na questão da quantidade de notícias, como um veículo de comunicação?
HF: O que é significativo e possivelmente até histórico em Prudente é o volume de informações que se produz e o número de veículos que são alimentados com essas informações diariamente, além da postagem no portal da Prefeitura, com textos e fotos, áudio e vídeo, ou somente o áudio. Além disso, hoje, especialmente para as emissoras de rádio, nós enviamos áudio. O atendimento que antes era apenas local foi ampliado para uma base regional. Todos os veículos de mídias da região de Presidente Prudente recebem diariamente todo esse material, porque somos uma cidade pólo de região; existem muitos assuntos que são exclusivos daqui, mas que possuem uma dimensão regional. Então, por essa razão, há essa ampliação, como, por exemplo, a área esportiva, a Cidade da Criança.
P: Além daquilo que vemos no portal da Prefeitura, existe outra forma de mídia que a secretaria trabalha?
HF: As mídias sociais. Nós trabalhamos o Twitter (serviço de microblog), repassando uma síntese daquilo que nós noticiamos no dia-a-dia, sempre que postamos alguma coisa no portal repassamos, de forma que faz uma ampliação da informação.
P: Existe a ideia de se utilizar outras mídias sociais, de se ampliar seu uso?
HF: Sim, tudo é uma questão de tempo e de execução da tarefa, já que a equipe permanece a mesma que era antes, com a mesma estrutura, mesmo número de pessoas, então preciso trabalhar dentro de um conceito humano do que é possível ser feito. Nós mantemos o trabalho que por um momento era feito até sexta-feira, obrigatoriamente hoje nós fazemos até o sábado. Nós ficamos no ar o tempo todo. Mesmo quando no domingo a gente não está trabalhando efetivamente, nós mantemos plantão. Nosso celular está disponibilizado para contato, vamos para as coberturas. Quando a fazemos no domingo, o material é enviado na segunda, mas vamos chegar no ponto de postar esse material no domingo mesmo. Possivelmente a partir do ano que vem.
P: Qual o tipo de material que produzem além dos releases?
HF: Nosso trabalho não é restrito a questão de releases, textos eletrônicos. Nós produzimos comunicados; cuidamos das inaugurações das obras comunicando todas as partes interessadas, de uma forma muito especial a todos os secretários e todos os vereadores; ofícios de relações com governo do Estado e federal, com algumas outras autoridades nós também temos essa incumbência: produzimos e enviamos. Noticiário exclusivo com texto para rádio. Abastecemos a Rádio Cultura PP. O canal 19, que é a TV Cidade, pela TV a Cabo de Prudente a partir do dia 15 de janeiro nós estaremos fazendo um programa que chama “Notícias de Prudente”, num convênio de cooperação técnica, a custo zero, dentro da nossa própria produção, porque nós já fazemos material de vídeo. Dessa forma, uma vez por semana estaremos produzindo um programa de meia hora que se repetirá dentro da programação.
P: Como é a relação com os outros veículos de comunicação da cidade, já que a Secretaria de Comunicação acaba sendo, também, um veículo?
HF: Nós também trabalhamos com pauta. Se aqui chega uma pauta e ela é exclusiva daquele veículo, ou seja, se não está em nossa rotina de pautas, nós não pautamos em cima do que o veículo está buscando informação, no sentido de antecipar. Ninguém aqui que venha buscar entrevista com qualquer secretário, com vice, ou prefeito, não precisa passar por nós. Se ele está na Pasta dele, está habilitado para responder por todas as situações. Pode ser que haja uma consulta da questão de selecionar a informação, mas é até raro que isso aconteça. Às vezes, o que acontece, é um secretário dar uma entrevista numa rádio e eu ligo para ele para fazer algum tipo de colocação pertinente. Uma questão de media training. Não ligamos para redação de ninguém para pedir nada, ou reclamar de alguma coisa.
P: Como secretaria de Comunicação existe a possibilidade de trabalharem também com a publicidade da Prefeitura, além do jornalismo?
HF: Nós temos um braço de publicidade e propaganda, da área de marketing, que é uma contratação terceirizada, estamos em fechamento ainda e logo vamos saber a empresa que vai fazer esse trabalho, especialmente a partir de janeiro. O que ocorre é que a Secretaria de Comunicação foi criada recentemente e não tem um orçamento próprio, ela é um braço do gabinete; mas começa a ter uma estrutura a partir de janeiro de 2011.
P: Espera que na mudança de gestão, quando mudar o prefeito, caso o senhor não continue como secretário, que esse trabalho da Secretaria de Comunicação seja continuado?
HF: Eu acho que a partir do momento que você estabelece uma cultura, ela fica arraigada. Então essa é nossa preocupação. Eu penso que não volta atrás. Amanhã eu acredito que o próximo funcionário vai até melhorar, fazer coisas que nós não fizemos. Eu acredito que as coisas que aqui estão nunca mais terão um retrocesso, nem vai se estagnar da forma que está.
P: Quais os planos da Secretaria de Comunicação para 2011?
HF: Tem a terceirização da área de publicidade, com a efetivação da Secretaria de Cultura, todos os processos de comunicação, seja eles quais forem, passarão por aqui, não por uma questão de centralização, mas por uma questão de você ter uma linha coerente, como uma linha editorial, a mesma coisa de um veículo.