"Minha vontade é de voltar", diz comandante do revezamento 4x100 em Sydney
ROGÉRIO MATIVE
Em 08/03/2016 às 18:26
Jayme Netto diz que o sofrimento por ficar longe das pistas nos últimos anos lhe deu
(Foto: Sérgio Borges/NoFoco)
Um dos maiores nomes do atletismo brasileiro e responsável por comandar o revezamento 4x100 metros nos Jogos de Sydney, em 2000, Jayme Netto Júnior está muito próximo de retornar à Seleção Brasileira. O martelo deve ser batido na próxima semana, quando ele terá de volta sua carteira do Conselho Regional de Educação Física (Cref).
Envolvido diretamente no maior escândalo de doping do esporte brasileiro, Jayme Netto diz que o sofrimento por ficar longe das pistas nos últimos anos lhe deu "um novo olhar". Motivado, ele afirma querer colaborar com a Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) e Comitê Olímpico Brasileiro (COB) para o país voltar a disputar os primeiros lugares nas pistas.
"É um processo. Primeiro tenho que voltar ao cenário e observar. Fui convidado para acompanhar o camping nos Estados Unidos com 10 a 12 atletas, sendo que três treinam aqui [Presidente Prudente]. Alguns dirigentes veem com bons olhos essa motivação que estou tendo agora. Estou nesse compasso de expectativa. Eu tenho um novo olhar por aquilo que almejo fazer à custa desses anos [de punição]", fala, em entrevista ao Portal.
Nos últimos dias, dirigentes do COB têm conversado com o treinador costurando seu retorno. Mas, Jayme Netto é cauteloso ao cravar sua volta como comandante da seleção. "Vai ter alguns critérios para estabelecer quem será o treinador. Se tiver o convite e tiver tempo de trabalho, aceitarei o desafio e trabalharei para retomar aquele cenário de estar entre os primeiros", diz.
"Antes, eu conquistava o cargo porque sempre tive os melhores velocistas. Precisa ter ou o melhor atleta ou o melhor grupo. Tenho que confirmar trabalhando e, assim, conquistar esse espaço", pontua.
Próximo de fazer o que mais sentiu falta nos últimos sete anos, ele já desenha sua atuação em um novo capítulo do atletismo brasileiro. "Hoje, gostaria de ser um coach [instrutor] e ver o trabalho em várias regiões, poder dar chance aos treinadores para se qualificar melhor passando aquilo que somei nestes anos todos no atletismo. Nas conversas, foi falado sobre implantar uma filosofia de revezamento nas categorias menores, trabalhando com coordenador ou até treinador. Ou qualquer outra função. É para eu poder colaborar mesmo", cita.
Novidades? O treinador acredita ter nos próximos dias. "Vai ter sim. Minha vontade é de voltar. Algo se tornará oficial após resolver todas as partes burocráticas [passaporte e Cref]", finaliza.
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