Segunda-feira 1 de maio de 2018 | Presidente Prudente/SP

Bronze com sabor de virada: 'time da Jerusa' celebra medalha em Tóquio

Sérgio Borges

Em 06/09/2021 às 15:44

Jerusa Geber e o guia Gabriel Garcia conquistaram a medalha de bronze nos Jogos Paralímpicos

(Foto: Takuma Matsushita/ CPB)

“Uma prova com sabor de virada e renascimento”. Foi assim que Luiz Henrique Barbosa da Silva, treinador e marido da recordista mundial nos 100 metros, Jerusa Geber dos Santos, definiu a final dos 200 metros da classe T11(atletas cegos) realizada no último sábado (4), no Estádio Olímpico de Tóquio. Na ocasião, ela e o guia Gabriel Garcia conquistaram a medalha de bronze nos Jogos Paralímpicos, com 25s19.

Nesta prova, com dobradinha brasileira, também subiu ao pódio a velocista Thalita Simplício, prata, com 24s94; e a chinesa Cuiquing Liu, ouro com 24s93.

Para definir o primeiro e segundo lugar foi preciso a confirmação no Photofinish e a apresentação de uma casa a mais nos numerais do cronômetro do estádio, que apontou a diferença de quatro milésimos em favor da atleta chinesa.

Sofrimento que valeu a pena

Acompanhando a dupla de velocistas à distância, já que ficou em Presidente Prudente, o treinador assistiu a prova na casa da família de Garcia, juntamente com amigos e atletas que treinam na equipe denominada "Time da Jerusa".

“Estávamos preparados para um ótimo resultado nos 100 metros e havia um certo favoritismo de Jerusa e Gabriel. Mas, eles deram o melhor e conquistamos esse maravilhoso bronze em uma prova de superação e muita fé. Certamente, o Time da Jerusa sai desta jornada com grande aprendizado para o próximo ciclo", afirma Silva.

'Time da Jerusa' formado por equipe de treino, amigos e familiares | Foto: Sérgio Borges/NoFoco

A ênfase na importância da conquista é lembrada pelo treinador ao destacar o contexto desse pódio, uma vez que o grande foco era a prova dos 100 metros, na qual Jerusa é recordista mundial e foi desclassificada com o rompimento da corda-guia. 

Quem também acompanhou apreensivo a disputa foi o senhor Paulo Garcia, pai do Gabriel, inquieto, a todo momento ele se levantava do sofá e ficava eufórico na torcida a cada novo avanço da dupla na pista. 

Porteiro, ele chegou logo cedo do serviço no qual passou parte da noite e tratou de se organizar. Depois do pão com o café já pronto na cozinha e de bater um papo com o pessoal, ele preparou o seu lugar no banquinho diante da televisão para ver seu garoto, de 21 anos, brilhar ao lado de Jerusa pela primeira vez em uma Paralímpiada.

“Por tudo que aconteceu em Tóquio eu acredito que não seja de bronze, essa medalha foi de ouro. Eles deram a volta por cima e conseguiram essa grande medalha, além de refletir o trabalho do time que é muito forte, pois fizeram bonito lá em Tóquio”. define.

Trabalho em equipe

Já a mãe de Jerusa, Sheila Geber, lembra a jornada que se iniciou após os Jogos Paralímpicos do Rio 2016, enfatizando a importância do trabalho em equipe para a conquista em Tóquio. 

“Fiquei muito feliz que ela superou o fato de não ter ganho a medalha nos cem metros. Foi uma conquista dela e nossa também, porque todo o time da Jerusa participa. Aqui em casa eu acompanhei e torci muito junto com o pai dela”, diz, orgulhosa.

'É agradecer'

Driblando a cada dia os perigos em treinar em uma pista deteriorada, Jerusa Geber conseguiu superar os desafios e disputar os Jogos Paralímpicos de Tóquio. Favorita na prova dos 100 metros, viu o sonho acabar com a quebra inesperada da corda-guia.

Contudo, encontrou forças para se reiventar e conquistar bronze nos 200 metros. "De todo jeito, não deixa de ser uma medalha. Muitos atletas queriam pelo menos um bronze e a gente ganhou. Temos de agradecer", cita.

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