Vereador classifica abertura de CP como "absurda" e promete defesa
ROGÉRIO MATIVE
Em 24/11/2015 às 14:35
Silgueiro diz que acusação não tem fundamentos sólidos e deverá ser rechaçada durante sua defesa na CP
(Foto: Arquivo/Maycon Morano/AI Câmara)
Nos próximos dias, a Comissão Processante (CP) aberta pela Câmara Municipal de Presidente Prudente começará a investigar o vereador Adilson Silgueiro (PMDB) por apropriação indevida de valores - atuando como advogado - e quebra de decoro. A medida irritou o parlamentar, que classifica como "leviandade" e "coisa absurda".
Protocolada pelo ex-vereador e atual supervisor administrativo da Câmara Municipal, José Rocha Sobrinho (PT), a denúncia envolve Silgueiro por supostamente se apropriar de valores indenizatórios de clientes atuando como advogado em causa contra a Prudenco, além de ferir o estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) durante o exercício da profissão.
"Encontrei os clientes em outubro e avisei a eles sobre o acerto [da indenização contra a Prudenco]. Atualizei o valor do débito, com data selada com os clientes. Procurei a OAB e tudo está documentado. É estranho o Rocha aparecer com denúncia no dia 9 de novembro sem procuração dos clientes, sendo após a data de acerto com eles", argumenta o peemedebista, em entrevista ao Portal.
Para ele, a acusação não tem fundamentos sólidos e deverá ser rechaçada durante sua defesa na CP. "Para que a Câmara pudesse me acusar disso deveria ter uma ação ou sentença judicial. O Rocha me acusa de ferir o código de ética da OAB, mas só a própria OAB poderia fazer", diz.
"Na verdade, isso que foi feito é uma leviandade. A Câmara fez uma coisa absurda, sem nexo. A Câmara que inventou, porque nunca tive representação ou condenação nenhuma sobre isso. Mas, sou sozinho na Câmara. Até agora, foi execrado e sem espaço para defesa. Pelo menos, na CP vou poder me defender", pontua.
Inimigos de longa data
Perguntado sobre o que poderia ter motivado José Rocha Sobrinho a protocolar tal denúncia, Silgueiro revela que os dois são "desafetos" de longa data. "Somos desafetos faz tempo. Já o denunciei quando era suplente por nepotismo. Sempre tivemos divergências. Mas, acredito que ele está na condição de bode expiatório. Porém, será o único a responder criminalmente e judicialmente", adianta.
O Rito
A Comissão Processante é formada pelos vereadores Valmir da Silva Pinto (PTB), presidente; José Geraldo de Souza (PT), relator; e Demerson Dias (PSB), como membro. Recebendo o processo, o presidente da comissão iniciará os trabalhos dentro de cinco dias para elaborar peça acusatória.
Silgueiro terá o prazo de 10 dias para apresentar defesa por escrito, indicando as provas que pretende produzir, inclusive arrolando as testemunhas que pretende ouvir, até o máximo de oito. Também estão previstas as oitivas de testemunhas, sendo primeiro as de acusação e após as de defesa.
Estratégia
Sem revelar que linha pretende traçar, Silgueiro promete agir "com a verdade". "Não quero adiantar minha defesa, mas vou agir com a verdade. Não tenho nada para esconder. Tudo será esclarecido e me fortalecerá politicamente", finaliza.
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do Portal Prudentino.