Segunda-feira 1 de maio de 2018 | Presidente Prudente/SP

Abandonada, Praça dos Pioneiros é alvo de críticas da população

Prefeitura promete reforma para 2019; finanças 'darão' sinal verde

ROGÉRIO MATIVE

Em 12/12/2018 às 15:17

Andar pela praça tornou-se um a desafio de equilíbrio e muita atenção para pedestres de todas as idades

(Foto: Rogério Mative)

Local que já abrigou o primeiro cemitério municipal, uma igreja e, agora, a atual Praça dos Pioneiros, apresenta um cenário de abandono total. Com parte do cruzeiro preservada, o espaço público é dividido com estacionamento e moradores de rua, além de muito mato e passeio esburacado. Ponto de chegada para centenas de pessoas que desembarcam no Terminal Rodoviário e de tantas outras que dependem dos serviços do Poupatempo, a praça é alvo de críticas da população.

Andar por ali tornou-se um a desafio de equilíbrio e muita atenção para pedestres de todas as idades. "É um descaso completo, com calçadas todas danificadas e mato alto. Pessoas que precisam sentar não tem conforto que a praça deveria oferecer", relata a auxiliar administrativa Tamires Graziela Rodrigues, 26 anos.

"Eu, ainda consigo andar, mas tem algumas pessoas que têm dificuldade. Isso deveria ser visto de forma rápida pela Prefeitura. A qualquer momento, alguém pode sofrer um acidente devido às condições das calçadas", alerta.

Lixo e mato alto

Além de buracos, o gerente Luís Fernando Neves, 28 anos, reclama do lixo acumulado na praça. "Sempre quando vou ao Poupatempo passo pela praça. Está horrível, muito buraco, bastante lixo e muito mato. Não sei quando roçaram isso aqui. É uma calamidade", diz.

Com o filho de três anos no colo, ele aponta para os riscos de transitar pelo local. "Estou com joelho estourado, com ligamentos rompidos, e com esse calçamento desnivelado dói para caramba. O risco de alguém cair é enorme", pontua.

Foto: Rogério Mative
Lixo acumulado é visto na entrada da praça. Foto: Rogério Mative



O estudante Leonardo de Souza Vasconcelos, 22 anos, mora na cidade vizinha de Pirapozinho, contudo, revela sua indignação com o estado que encontrou o equipamento público. "Acho um descaso. O prefeito tem que ter mais cuidado com a praça, pois é um cartão de visitas da cidade para as pessoas que chegam de outros lugares", opina.

Tristeza

Pelas redes sociais, o vereador Mauro Neves (PSDB) compartilhou um vídeo de munícipe com questionamentos sobre a conservação da praça. "Triste é ver o munícipio entrar em uma dívida de mais de 170 milhões para novas obras se não cuida do básico. Lamentável", comentou. O vídeo já soma mais de 2,3 mil visualizações em menos de 24 horas.

Promete reforma, mas depende das finanças

Questionada sobre a situação de abandono do local, a Prefeitura de Presidente Prudente não apontou nenhum serviço emergencial. Apenas, informa que está prevista uma reforma ainda no primeiro semestre de 2019. Porém, dependerá das "condições financeiras" para concretizar as obras.

"O Governo de Presidente Prudente informa que já está previsto no cronograma da Secretaria de Obras a revitalização da Praça dos Pioneiros, ao lado do terminal rodoviário, com a troca do calçamento, reforma dos bancos e mudança no paisagismo, a exemplo do que ocorreu na Praça da Bandeira. As obras estão previstas para o primeiro semestre de 2019, a depender das condições financeiras da Prefeitura", diz o texto enviado pela Secretaria Municipal de Comunicação (Secom).

História marcada por mudanças

O terreno que atualmente abriga a Praça dos Pioneiros e o Terminal Rodoviário Comendador José Lemes Soares foi, entre as décadas de 1920 e 1930, ocupado pelo primeiro cemitério municipal da cidade. Sem espaço para novos sepultamentos, o campo santo foi transferido em 1947 para o atual endereço, entre a Avenida da Saudade e Rua José Bongiovani.

Em seguida, foram plantados vários eucaliptos. Mas, em 1960, as árvores foram retiradas para dar espaço a uma capela, que mais tarde tornara-se a Paróquia Nossa Senhora de Fátima. Ao lado, em 1974, foi inaugurada a rodoviária

A igreja seguiu de pé até 2001, quando o ex-prefeito Agripino de Oliveira Lima Filho conseguir demolir o prédio para por em prática o plano de expansão do terminal rodoviário, apesar de sofrer pressão de fiéis e do padre Ricardo Baumler – falecido em 2000 -, que mais tempo ficou à frente da paróquia.

Por muitos anos, o local ficou abandonado até receber um estacionamento e cercamento em parte da praça.

Do cemitério, sobrou apenas parte do cruzeiro, sem a cruz. Da praça, buracos e mato alto.

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