Com setembro árido, Prudente soma 65 dias de chuvas este ano

Até o fim da primeira quinzena de outubro, a onda de calor que atinge a região do Oeste Paulista deve permanecer forte mantendo as temperaturas máximas na casa dos 40ºC. Em Presidente Prudente, foram apenas 65 dias de chuvas em nove meses após um setembro quente e árido.

Segundo dados levantados pelo climatólogo José Tadeu Garcia Tommaselli, do Departamento de Geografia da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Unesp, o ano acumula 1022.8 milímetros de chuvas em 65 dias. Apenas os meses de janeiro e fevereiro somam metade do total de precipitações, com 347.8 mm e 202.0 mm, respectivamente.

Totalmente atípico, o mês de setembro teve apenas 6,4 mm de chuvas em dois dias ficando na frente apenas de julho - marcado tradicionalmente por tempo seco e frio -, que somou 5,2 mm em dois dias.

Apesar dos números preocupantes, 2020 já superou o ano passado em relação à chuva, quando foram 91 dias de precipitação em 12 meses, totalizando 943,2 milímetros.

Altamente atípico

De acordo com Tommaselli, setembro bateu todos os recordes. Com apenas 6 mm, quebrou o valor histórico de 79 mm de chuvas para o mês. "Choveu em apenas dois dias, sendo que o histórico é de oito dias", pontua.

"A temperatura média foi de 27 C, bem maior que o valor histórico de 22,5 C. A temperatura máxima registrada neste ano foi de 40,7 C, acima dos 39,8 C do valor histórico para setembro e acima dos 39,9 C , que era o recorde anual", expõe.

Ele ainda chama atenção paraa temperatura mínima absoluta, que foi de 14,6º C no mês passado, bem acima do mínimo de -0,9 C registrado nos anos 70. "A umidade relativa média foi de 40%, bem abaixo do valor histórico de 59,3%. Ar muito seco. Os ventos registraram velocidades médias de apenas 5,4 km/h, sendo que o histórico é de 9,7 km/h", diz.

"Em síntese, tivemos um setembro altamente atípico: quente e árido", crava.

Vai melhorar?

Os primeiros sinais de alívio nas temperaturas começam neste fim de semana, com uma rápida passagem de uma frente fria que deve passar pelo leste do Estado de São Paulo. Contudo, o calor continuará intenso, ainda com condições para recordes de temperatura histórica, que se prolongam na próxima semana, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (InMet).

Mudança de padrão atmosférico é esperado a partir de meados da próxima semana, com gradual aumento de umidade, que virá dos ventos de noroeste amazônicos que começam a ficar mais úmidos nesta época do ano, e de uma frente fria do sul do país. 

Chuva mais regular e mais generalizada é prevista a partir da próxima quinta-feira (8), quando o padrão de bloqueio atmosférico deve ser rompido e a umidade alcança também parte do centro e sudeste do país.

Cuidados com a saúde

A nutricionista Tatiana Russel lembra cuidados importantes neste período de muito calor e baixa umidade. A primeira recomendação é tomar muita água. Tatiana alerta que, apesar de este ser um conselho “batido”, muitas pessoas não o observam no cotidiano, mas é preciso que fiquem atentas.

O segundo cuidado é evitar comidas pesadas, com muita fritura ou muito caldo. O apetite tende a diminuir no calor, principalmente na hora do almoço. Alternativas importantes são saladas cruas, vegetais cozidos e proteínas. Além de não deixar as pessoas com a sensação de peso, a digestão desses alimentos é melhor.

Tatiana enfatiza que o cuidado tem que aumentar a umidade do ar fica abaixo de 30%. A partir daí, é preciso intensificar medidas como aumentar o consumo de água e evitar atividades que possam ser prejudicadas pelo calor, como exercícios em horários em que o sol está mais forte, como o fim da manhã, a hora do almoço e o início da tarde.