Da Redação
Em 27/06/2025 às 10:28
Tipo mais comum de diabetes é o tipo 2, responsável por cerca de 90% dos casos, e costuma se desenvolver em adultos, mas também pode afetar crianças e adolescentes
(Foto: Freepik)
O diabetes é uma doença crônica, ou seja, uma condição de saúde permanente, que altera a maneira como nosso corpo processa o açúcar no sangue, podendo causar problemas sérios sem o devido cuidado.
Dr. André Camara, endocrinologista cooperado da Unimed Prudente, explica que o Diabetes Mellitus é caracterizado por aumento de glicemia plasmática e pode ser classificado em três tipos.
“No diabetes Mellitus tipo 1, o pâncreas tem acometimento autoimune e não produz insulina; no diabetes mellitus tipo 2, o organismo predominantemente tem resistência periférica à ação da insulina. Outro tipo de diabetes bem conhecido é o diabetes gestacional no qual o organismo materno apresenta resistência periférica à insulina a partir do início do terceiro trimestre da gestação”, conta.
O tipo mais comum de diabetes é o tipo 2, responsável por cerca de 90% dos casos, e costuma se desenvolver em adultos, mas também pode afetar crianças e adolescentes. De acordo com o médico, os fatores de risco que aumentam as chances de desenvolver diabetes incluem excesso de peso e obesidade (principalmente acúmulo de gordura abdominal), sedentarismo, alimentação rica em ultraprocessados e açúcar, histórico familiar de diabetes, idade acima de 45 anos, hipertensão arterial e dislipidemia, síndrome dos ovários policísticos (SOP), macrossomia fetal ou diabetes gestacional prévio, e distúrbios do sono.
Em grande parte dos casos, o diabetes tipo 2 pode ser prevenido ou postergado, segundo o médico. “Os hábitos mais eficazes são: manter peso corporal saudável com boa quantidade de massa muscular, praticar exercício físico regular (pelo menos 150 minutos por semana e melhor ainda se fizer mais), adotar uma alimentação equilibrada, rica em fibras, vegetais, frutas com baixo teor de açúcar e gordura saturada, evitar o tabagismo e o consumo excessivo de álcool, ter bom sono em termos de quantidade e qualidade e reduzir o estresse crônico”, orienta.
Sinais de Alerta
Conforme lembra o especialista, o número de pessoas com diabetes tipo 2 tem crescido em todo o mundo, incluindo o Brasil. Camara reforça que os principais fatores que explicam esse aumento incluem o sedentarismo generalizado, má alimentação (fast food e ultraprocessados) e obesidade, envelhecimento populacional, sono inadequado e estresse crônico, além da maior exposição a fatores ambientais e comportamentais desfavoráveis (disruptores endócrinos).
“Muitas pessoas com diabetes tipo 2 não apresentam sintomas nos estágios iniciais e há muitos pacientes que não sabem que têm diabetes”, conta o cooperado da Unimed Prudente. Segundo ele, quando surgem, os sintomas mais comuns são sede excessiva, urina frequente, fome em excesso, perda de peso repentina, fadiga, visão embaçada, infecções frequentes (urinárias, de pele), feridas que demoram a cicatrizar e formigamento ou perda de sensibilidade em mãos e pés.
O endocrinologista alerta que, se mal controlado, o diabetes pode causar uma série de complicações crônicas:
Doenças cardiovasculares (infarto, AVC, aterosclerose obliterante periférica)
Nefropatia diabética (insuficiência renal, podendo evoluir para necessidade de hemodiálise)
Retinopatia (podendo evoluir para cegueira)
Neuropatia periférica (dor, queimação ou perda de sensibilidade nos pés)
Pé diabético (feridas graves que podem levar à amputação)
Disfunção sexual
Diminuição da imunidade, levando a maior risco de infecções
Apesar de não ter cura, a condição pode ser tratada e controlada a partir de adaptações na rotina. “O tratamento para todos os tipos de diabetes envolve mudanças de estilo de vida, incluindo exercício físico regular e alimentação adequada”, salienta Camara.
Além disso, pessoas com diabetes tipo 1 necessitam de dois tipos de insulina: uma que age continuamente no corpo (chamada basal) e outra aplicada antes das refeições para controlar o açúcar dos alimentos. O diabetes tipo 2 geralmente é tratado com medicamentos que podem ser tomados pela boca ou aplicados por injeção, sendo que em alguns casos também é necessário usar insulina. O acompanhamento médico deve ser rigoroso.
“O diabetes, assim como a hipertensão, são doenças silenciosas que devem ser tratadas o mais precoce possível para evitar complicações. Hábitos saudáveis podem impedir ou retardar o aparecimento do diabetes, sendo partes fundamentais também do tratamento. Grupos de risco devem fazer exames de rastreamento para diabetes com frequência, pois a maioria é assintomática”, finaliza o endocrinologista.
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