Segunda-feira 1 de maio de 2018 | Presidente Prudente/SP

Prudente Urbano quebra acordo e funcionários retomam greve total

Sem receio de liminar, categoria avisa: é por tempo indeterminado

ROGÉRIO MATIVE

Em 21/07/2021 às 20:08

Categoria está em paralisação há mais de um mês; salários e benefícios seguem atrasados

(Foto: Arquivo/Sérgio Borges/NoFoco)

O que parecia ser o início de um desfecho tornou-se, mais uma vez, nova frustração para a categoria que vive um calvário interminável nos últimos dois anos. A partir desta quinta-feira (22), os funcionários da Prudente Urbano vão cruzar os braços novamente e, desta vez, por tempo indeterminado "com ou sem liminar" após a empresa quebrar acordo realizado na semana passada. 

Cansados de trabalharem de graça, os funcionários decidiram pela paralisação total em assembleia ocorrida no início da noite desta quarta-feira (21). Ou seja, nenhum ônibus sairá da garagem nos próximos dias. 

Seguem pendurados o pagamento de salários do mês passado, adiantamento deste mês, parte de vale-alimentação de junho e o vale-alimentação deste mês, além de férias parceladas ainda no ano passado. 

Cabe ressaltar que a Prudente Urbano opera por meio de concessão, contudo, é organização privada e tem como obrigação recolher impostos e manter a folha salarial em dia como ocorre com qualquer empresa.

Voto de confiança quebrado

Na semana passada, os trabalhadores decidiram dar um voto de confiança à diretoria com a retomada de parte dos serviços colocando mais 12 veículos em circulação.

O objetivo, proposto pela própria empresa, era aumentar a arrecadação para saldar a dívida com a categoria. Mas, foi apresentado um pagamento de R$ 100 a cada funcionário no último fim de semana

O prazo dado pelos trabalhadores terminou nesta quarta, sem o esforço da concessionária em quitar os valores atrasados. 

Justiça ignorada

Nesta semana, o juiz substituto da 1ª Vara do Trabalho de Presidente Prudente, Rogério José Perrud, determinou que a Prudente Urbano pague todos os salários do mês trabalhado sempre até o quinto dia útil do mês posterior ao atender a ação movida pela procuradora do Ministério Público do Trabalho, Renata Botasso.

Ao descumprir, a empresa terá que arcar com multa de R$ 50 por dia a cada trabalhador cujo salário não foi depositado. Uma audiência foi marcada para o dia 20 de agosto em busca de um novo acordo entre as partes.

De novo, a pé

Além dos trabalhadores que passam por sérias dificuldades financeiras, os usuários também compartilham do mesmo calvário. Mais uma vez, quem utiliza o transporte coletivo deverá buscar por alternativas a partir desta quinta.

Além de vans cadastradas pela Prefeitura, há o serviço de aplicativos que triplica o valor cobrado diante da alta demanda. Do outro lado, motoristas 'piratas' agem cooptando passageiros em pontos de ônibus e enchendo carros de passeio com até cinco pessoas, colocando em risco a saúde em plena pandemia daqueles que vão pela opção precária.

Prefeitura espera por auditoria

Pressionada a tomar uma decisão contra a empresa, a Prefeitura de Prudente aguarda pela finalização das inspeções feitas por agentes da Secretaria de Mobilidade Urbana (Semob) e trabalha para fechar contrato com a empresa que será responsável pela auditoria nas finanças da Prudente Urbano.

A precaução é tomada para evitar demandas judiciais movidas pela concessionária em caso de ruptura de contrato.

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