Da Redação
Em 27/11/2024 às 12:02
Somente neste ano, foram produzidas mais de 33.000 mudas de sete espécies nativas que configuram na lista de ameaçadas de extinção
(Foto: Cedida/AI)
Com capacidade instalada para produzir até 800 mil mudas nativas ao ano, o Horto Florestal da Companhia Energética de São Paulo (Cesp) também tem contribuído para conservar espécies dos biomas Mata Atlântica e Cerrado classificadas como vulneráveis na região da Usina Hidrelétrica Engenheiro Sérgio Motta, em Porto Primavera, distrito de Rosana. Das 300 espécies nativas já produzidas, 18 são ameaçadas de extinção.
Somente neste ano, foram produzidas mais de 33.000 mudas de sete espécies nativas que configuram na lista de ameaçadas de extinção, seja pela IUCN (União Internacional para a Conservação da natureza) quanto pelo Ministério de Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, sendo duas da Mata Atlântica, uma do Cerrado e quatro espécies consideradas de transição.
A UHE Porto Primavera está instalada na divisa entre os Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul, região característica de transição dos dois biomas brasileiros.
Entre elas, a Garapa (Apuleia leiocarpa) teve o maior número de mudas geradas, mais de 7.000 ao todo. A espécie, considerada de transição, pode ser encontrada tanto em regiões de Cerrado quanto de Mata Atlântica e é bastante utilizada em ações de reflorestamento.
Em segundo lugar, está o Cedro-do-brejo, apreciado para a fabricação de móveis, o que resultou na inclusão da espécie na lista de vulneráveis, produção de óleo essencial e produtos medicinais. Foram mais de 13.400 mudas geradas somente neste ano da espécie.
O viveiro também produziu mudas das espécies Baru (Dipteryx alata), do Cerrado; Jacarandá-da-Bahia (Dalbergia nigra) e Jequitibá-vermelho (Cariniana legalis), da Mata Atlântica, e Catinguá-branco (Trichilia silvatica) e Cedro-rosa (Cedrela fissilis), de transição.
“Todas as mudas produzidas no Horto Florestal são para ações de restauração florestal, seja da própria empresa ou por terceiros. Então, estamos falando de 33 mil árvores de espécies com algum grau de ameaça de extinção que serão plantadas e que irão crescer e contribuir para o equilíbrio ambiental na região. Vale destacar que a produção de mudas nativas em nosso viveiro envolve alto padrão de conhecimento e dedicação diária. Ao contrário do que se imagina, as mudas são produzidas com sementes coletadas diretamente da natureza em um trabalho bastante minucioso da nossa equipe, o que reforça o nosso compromisso de colaborar com a conservação da biodiversidade”, destaca Odemberg Veronez, Gerente de Sustentabilidade da companhia.
As sementes são coletadas de árvores nativas já mapeadas por georreferenciamento em um raio médio de 250 quilômetros em áreas de conservação e dois BAGs (Bancos Ativos de Germoplasmas da empresa.
Os BAGs são bosques de matas nativas criados na época da construção do reservatório da usina hidrelétrica, um na margem paulista e outro na sul-mato-grossense, para o fornecimento de sementes. Somente neles, são 65 variedades do Cerrado e Mata Atlântica mapeadas - para cada espécie produzida, são cerca de 30 árvores que fornecem sementes com diferentes materiais genéticos. Atualmente, o Horto Florestal tem capacidade para produzir mudas nativas de até 300 espécies nativas diferentes.
“A coleta de sementes tantos nos BAGS quanto nas áreas de preservação da companhia atende a um calendário anual das floradas de cada espécie, demanda do viveiro e das características das áreas em processo de reflorestamento da empresa. A inclusão de novas espécies também é constante e pode ocorrer sempre quando a equipe, composta por biólogos, identifica uma nova variedade de árvore nativa”, completa Odemberg Veronez.
Programas de Reflorestamento
Boa parte dessas mudas é destinada para os programas de reflorestamento da própria empresa. Anualmente, a Cesp realiza restauração ambiental de 230 hectares de áreas degradadas, o que corresponde a 230 campos de futebol reflorestados todos os anos.
Entre as ações prioritárias, está o de restauração de matas ciliares visando, com isso, promover também a proteção de nascentes e leitos de rios, e a de criação de corredores de biodiversidade para garantir a circulação de animais silvestres na região. A companhia também iniciou, neste ano, a ação voluntária de restauração de 1.000 hectares de Mata Atlântica até 2030.
Paralelamente, a companhia mantém ainda o Programa de Fomento Florestal, com o objetivo de incentivar a conservação ambiental em propriedades vizinhas às operações da companhia. A iniciativa é voltada, principalmente, para agricultores familiares e pequenos produtores rurais que estejam dispostos a promover o reflorestamento de forma voluntária.
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do Portal Prudentino.