Rubens Shirassu Jr.(*)
Em 25/06/2012 às 18:50
Esta terra, em golfadas, envolve-me todo
apagando as marcas individuais,
devora-me até que eu
não respire mais.
Há tanto tempo que não me entendo
teu, exilado do meu elemento
de origem: ar,
não mais água, o meu de escolha
mas terra, teu elemento, aquele
que é o seu signo.
Se a outro pertencia,
pertenço agora a este
signo: da aridez. E a ele
fujo, deserto, perdido,
medindo margens,
desunindo toda a terra,
a vala que é o teu signo.
Minha terra primitiva e atada
vida, palavras da fonte
seca do amor e de amar
antes esquecê-las,
lambendo todo o sal do mar
de cinzas, uma única pedra,
uma única lápide.
Ausente e lasso, queria
estar pisando as areias da praia
o mar que te movimenta
tornou-se sangue quieto
como elegia dramática
Trágico, meu estandarte é o desespero,
a vertigem e o destino de pirata.
Ainda assim, alegria e aventura te festejo.
(*) Rubens Shirassu Jr. é designer gráfico e escritor
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