*Alba Lucena
Em 07/03/2012 às 16:44
Dia Internacional da Mulher, esta data deve servir para reflexões a cerca do papel da mulher em nossa sociedade, para protestarmos e lutarmos contra as limitações e opressões que continuam lhes sendo impostas e, sobretudo para engrandecer sua existência, sua dignidade e seu valor humano.
Mesmo com os avanços, com a eleição de uma Presidenta da República, as mulheres ainda vivem numa sociedade que lhes dá respostas ineficazes, não atendam aos verdadeiros anseios da população feminina.
Há ainda muito por fazer, foram muitos os avanços, mas a discriminação não acabou, ainda estamos longe do modelo de avanço social desejado, pois não foram promovidas uma série de mudanças. Políticas públicas se mostram insuficientes para enfrentar problemas estruturais: o sistema tributário não devolve a sociedade os recursos arrecadados sob forma de programas e serviços que atendam suas reais necessidades.
Precisamos reivindicar a democratização dos espaços de decisão com maior participação de mulheres nos Poderes Legislativos e Executivos, para participarmos sobre as finanças públicas e também enfrentar os privilégios de poucos, a corrupção, a exclusão, a violência, os preconceitos e as injustiças produzidas pela desigualdade de gênero.
Como educadora insisto em sonhar com uma revolução nas relações entre homens e mulheres. Como dizia o Professor Paulo Freire “como educadores e educadoras; ai daqueles e daquelas, entre nós, que pararem com a sua capacidade de sonhar, de inventar a coragem de denunciar e de anunciar”. Sabemos o quanto é importante seguirmos sonhando com uma sociedade onde os direitos a cidadania das mulheres e dos homens sejam respeitados, onde a diversidade cultural e a liberdade de expressão sejam garantidas e onde seja combatida permanentemente qualquer forma de violência e discriminação social.
É um ano de eleições municipais, precisamos conhecer a história, as bandeiras levantadas pelo Movimento de Mulheres, para derrubarmos os obstáculos a participação da mulher no trabalho, na política e na esfera doméstica. Os partidos políticos terão de abrir-se a participação política das mulheres, não apenas, no cumprimento da obrigatoriedade das cotas, mas também, reconhecendo o valor que esta participação agrega e motivando as mulheres a participarem da competição eleitoral.
A maior participação feminina levará a edificação de uma sociedade responsável e solidária; uma sociedade que respeite os direitos fundamentais. Como afirma Jaques Delors “A solidariedade deve ser a nossa palavra de ordem: cada um de nós deve assumir a parte que lhe cabe de responsabilidade coletiva”
Neste dia especial, dedicado internacionalmente a você mulher, queremos prestar-lhe nossa homenagem. Sabemos que vivemos dias em que muitas conquistas já foram consolidadas. As mudanças que foram muitas, não foram suficientes, há ainda muito por fazer...
*Alba Lucena Fernandes Gandia é professora universitária e presidente da Câmara Municipal de Presidente Prudente
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do Portal Prudentino.