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"Entre o sonho e a realidade", por João Bosco Leal

*João Bosco Leal

Em 22/08/2014 às 10:15

(Foto: Ilustração)

Até hoje, milhões de pessoas se perguntam como Júlio Verne pôde ter escrito, ainda no século XIX, livros de ficção científica que anteciparam tantas invenções. O livro "Da terra à lua", de 1865 termina com o disparo de um projetil com o formato de uma bala gigante em direção à lua. No seguinte, "À volta da lua", de 1870, ele descreve a viagem desse projétil, com cinco "passageiros" em seu interior, em direção à lua.

A riqueza de detalhes - como foguetes anexados ao projétil para amortecer a descida na lua, além da aterrisagem do retorno no Oceano Pacífico -, imaginada na data em que foi escrito, ainda impressiona os leitores atuais. Em "Vinte mil léguas submarinas", de 1870, sua obra mais famosa, fala de um submarino, o Náutilus e, no "Volta ao mundo em 80 dias", de 1873, ele relata detalhes gráficos com tanta precisão que até hoje provoca curiosidade em geógrafos.

Ainda na década de 1590, o pirata inglês Anthony Knivet, para se manter submerso, usou um escafandro, armadura de borracha e latão ligada à superfície por um duto, que assegurava a livre respiração e permitia resistir à pressão da água. Só após ser utilizado por séculos, o escafandro pôde ser substituído pelo aqualung - um equipamento individual de mergulho capaz de estender o tempo de exploração submarina -, inventado, em 1943, por Jacques-Yves Cousteau, um oficial da marinha francesa, documentarista, cineasta e oceanógrafo que se tornou mundialmente conhecido por suas viagens de pesquisa, a bordo do Calypso.

Leonardo da Vinci (1452-1519) se destacou como cientista, matemático, engenheiro, inventor, anatomista, pintor, escultor, arquiteto, botânico, poeta e músico. Literalmente um gênio raríssimo, com ideias muito à frente de seu tempo, um visionário, sonhador e apesar de somente um pequeno número de seus projetos haver sido construído durante sua vida, com sua engenhosidade tecnológica concebeu projetos como o protótipo de um helicóptero, um planador, um tanque de guerra, um veículo auto propelido, o uso da energia solar, uma calculadora, o casco duplo nas embarcações, uma bobina automática e outros inventos menores.

No início do século XX os automóveis já existentes eram caros, difíceis de dirigir e de fazer funcionar, dando a impressão de que era uma indústria sem futuro até que, em 1908, Henry Ford lançou o Modelo T, um carro simples, fácil de usar e bastante acessível, pois era vendido a 850 dólares cada e, com esses requisitos, vendeu 15 milhões de unidades em cerca de 20 anos.

Em 1802 surgiu a ideia de se ligar a cidade de Folkestone, na Inglaterra, à Coquelles, na França através de um túnel, mas só 186 anos depois, em 1988 teve início a construção do projeto do Eurotúnel, concluído em 1994, que passa por debaixo do Canal da Mancha por uma distância submersa de 37,9 Km e a uma profundidade de 75 metros.

Sonhos inacreditáveis há muito poucos anos, como os trens bala, os computadores nos celulares, a internet, Wi-Fi, Bluetooth e os GPS portáteis - manuais ou embutidos nos painéis dos veículos, motos, bicicletas e até em relógios -, já são realidade utilizada por milhões, enquanto alguns já dispõem de itens ainda mais modernos, como os carros elétricos e os movidos a hidrogênio.

Alguns outros sonhos, de execução antes inimaginável, como as estações espaciais, as ilhas artificiais de Dubai, estradas submersas e aeroportos flutuantes nos oceanos, já são ou estão se tornando realidade.

Todos estes exemplos só nos mostram como Monteiro Lobato estava certo, quando escreveu: "Nada do que o homem fez no mundo teve início de outra maneira - mas já tantos sonhos se realizaram que não temos o direito de duvidar de nenhum".

Só três coisas separam o sonho da realidade: o desejo, a dedicação e o tempo.

 
* João Bosco Leal  é jornalista, escritor e empresário
 

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