Rubens Shirassu Jr.(*)
Em 22/07/2011 às 13:50
Sempre
um cronista do mundo, em algum bate-papo, está falando dele. Por mais que ele
dê voltas e dribles, é sempre ele que está ali naquele espaço. Escrever crônica
é uma bandeira. É expor-se, dizendo o que a gente pensa e não pensa.
Podem
ser besteiras, lavar a alma, estender uma mão (ou um doce) para um lado e a
outra para o outro. Isso lembra uma menina, e que se chama Gabriela ainda por
cima, acho eu, sem ainda a noção exata do que acaba de acontecer com a
sociedade brasileira e – duvido, não – mundial. Não sei se o estouro vai ser
já, ou a fábula dela vai pegar leve. Eu não sou psicólogo de ofício. Mas, por
escrever, quando olho, vejo um lado profissional que dá uma espiada de trivela.
É que eu tenho dito aqui estar impressionado com a geração feminina 2000.
Essa
Gabriela, que é prudentina, pratica Judô e adora jogar xadrez, um motor de
qualquer natureza capaz de funcionar indefinidamente sem despender energia ou
transformando em trabalho toda a energia recebida. Ela mostra a sua beleza na
sinceridade dos doze anos, falando alto, gesticulando ou dançando ao som de um
ritmo dançante. Como seriam melhores a vida e o mundo se todos agissem como
você, Gabi! Brincando em sua pequena aldeia imaginária, pura e bela! Onde o sol
se levanta para todos e a gente canta pra nascer um novo dia! Essa sua energia livre,
leve e solta é a verdadeira “pane” do milênio. Vai mexer com os bites-neurônios
de muita gente falsa, careta e covarde. Sua vida nunca será a mesma.
Você
vive em torno de uma linha imaginária, separando o universo gabriélico do resto
do mundo. Pois ela quebra as latitudes e as longitudes do amor, da dor e de
tudo quanto é pensamento fácil. As reflexões dela são ricas como o calor: Se um
dia a Terra parar as suas máquinas e não houver nada para fazer, como nos
comportaríamos no silêncio e na escuridão? Nos convenceríamos, finalmente, de
que somos uma única espécie frágil num planeta precário e viveríamos numa
fraternidade e paz, ou reverteríamos ao nosso cerne básico e calhorda, agora
sem qualquer disfarce? Formaríamos tribos ainda mais ou descobriríamos nossa
humanidade comum, e como eram ridículas as nossas diferenças? Jogaríamos nosso
dinheiro fora ou cataríamos a grana que os outros atirassem fora, pensando na
remota possibilidade de comprar um lugar no último foguete americano a deixar a
Terra antes do impacto? Perderíamos todo o interesse nos prazeres da carne e
trataríamos de salvar a nossa alma? Se existissem foguetes salvadores e bases
na lua e em Marte esperando os sobreviventes, estaríamos diante de outra
situação “Titanic”. Quem vai nos foguetes? (Nada de ruim e mesquinho – as
crianças primeiro!) Tem que ser americano? Quanto custaria uma terceira classe?
Aceitam cartão? Gabriela te diz, duvida?
Gabi,
desculpe tantos elogios cá deste modesto amigo. Mas é que a sua sinceridade é a
flor mais linda da vida que eu já vi. Você é uma fábula fabulosa. Além do mais,
você faz a gente sonhar que o Brasil e o mundo, daqui a uns anos vão estar bem,
bem melhor. É uma questão de tempo. É querer. Obrigado, Gabriela. Afinal, as
máquinas humanas não foram feitas para nos matar, mas para dar a “pane” do
milênio.
(*) Rubens Shirassu Jr. é designer gráfico e escritor
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