Portal Prudentino
Em 10/07/2017 às 16:05
Palco de grandes clássicos, Prudentão vive vazio e ficará sem jogos nos próximos meses
(Foto: Arquivo/Marcos Sanches/Secom)
Editorial
Este é o único texto gasto para falar sobre o futebol profissional de Presidente Prudente em 2017. Pois ele resume a importância do assunto neste ano, que já acabou precocemente para os dois clubes da cidade: Presidente Prudente F.C. e Grêmio Desportivo Prudente. Precoce, mas previsível desde o começo.
O futebol profissional - nomenclatura que não deveria ser utilizada neste caso, pois está longe de merecer - é feito com seriedade, profissionalismo, dedicação, estudo, sorte e dinheiro, muito dinheiro devido ao custo elevado.
Entrar em um campeonato para perder não é a vontade de ninguém. Pelo menos deveria ser assim. Porém, tudo é diferente em Presidente Prudente.
Para aqueles que viveram e ouviram sobre os feitos de Associação Prudentina de Esportes Atléticos (Apea) e Coríntians de Prudente - o original e único, o resto é pirataria na cidade -, com estádios lotados e dérbis acirrados, tiveram que se contentar neste ano com o Estádio Prudentão sempre vazio e times melancólicos, que conseguiram a façanha de serem desclassificados ainda na primeira fase de um certame cada vez mais nivelado por baixo, onde a bola corre da ruindade dos jogadores por medo de levar a culpa pelo fracasso.
De quem é a culpa então? Se a bola está salva, com certeza também não é do município, das empresas e muito menos do torcedor, que já estão todos cansados de perder tempo com o que parece jamais prosperar na cidade.
O que esperar de um clube fundado em 1989 que pouco disputou a quarta e última divisão do profissional e, em 28 anos, nunca passou de fase e não somou 10 vitórias em todas as edições em que participou? De uma diretoria que, ao mesmo tempo, quer ser comissão técnica?
Caçula, mas com os mesmos vícios que sugaram a vida de clubes falecidos na cidade, o Grêmio Prudente chegou ao ápice em 2014, quando bateu na trave e não conquistou o tão sonhado acesso à Série A-3 do Campeonato Paulista.
Em seis anos, este foi o momento mais cristalino que a agremiação teve em suas mãos para fortalecer o projeto e seguir adiante. Já em 2016, foi o mais profissional dentro de campo através do trabalho de Euzébio Gonçalves (Lelo). Mas, em ambos os anos, tudo jogado fora.
Sem planejamento e com erros empilhados por debaixo do tapete, torcedores que sonhavam com um futebol profissional de qualidade sumiram do estádio. Com eles, também foram se distanciando os patrocinadores e imprensa.
Será que o futebol sobreviverá em 2018? Ou a cidade já está exausta de ter visto cinco uniformes diferentes nos últimos 17 anos que só fracassaram? A resposta pode estar na matemática: município com mais de 200 mil habitantes e um estádio que registrou média de 200 torcedores por jogo.
Em 2017, Prudente completa 100 anos e merecia seu nome levado com maior pompa pelos times que se utilizam dele em pleno aniversário.
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