Da Redação
Em 29/06/2025 às 17:13
Uma ação de prevenção é utilizar tapetes antiderrapantes
(Foto: Freepik)
Cair não é normal e falar sobre quedas não é algo insignificante. Todos estão suscetíveis a cair, mas os idosos são os mais propensos. Além disso, 70% das quedas ocorrem dentro do próprio lar e as fraturas resultantes dessas quedas são responsáveis por cerca de 70% das mortes acidentais entre indivíduos com mais de 75 anos. Algumas orientações ajudam a ajustar práticas simples no dia a dia, prevenir grandes problemas e proporcionar mais qualidade de vida.
A fisioterapeuta da Medicina Preventiva da Unimed Prudente, Débora Regina Mariano, explica que as quedas geram diversas consequências para a saúde, podendo ser físicas e psicológicas, incluindo lesões, hospitalizações, alterações na mobilidade, declínio funcional, perda da independência e da autonomia, podendo, inclusive, levar à morte.
A maioria das quedas resulta em fraturas de punho e fêmur (parte óssea da perna), conforme relata a fisioterapeuta. Esse tipo de dano traz consequências físicas e mentais, como perda da autonomia e da independência, medo de cair novamente, redução das atividades diárias, isolamento social, tristeza, depressão, diminuição da autoestima e da qualidade de vida.
Para evitar fraturas e até consequências mais graves decorrentes de quedas, é possível adotar algumas medidas práticas na rotina diária. A mais simples delas é a observação. “É importante que a família e os cuidadores estejam atentos e observem mudanças no equilíbrio ou na força, além de se atentar a relatos de tontura ou de insegurança para caminhar”, orienta a fisioterapeuta.
Pratique atividade física. Ser ativo é fundamental para manter a independência, aumentar a força muscular e o equilíbrio, reduzindo as dores e o risco de queda. Pelo menos 30 minutos de atividade física por dia, seja de forma contínua ou fracionada, já ajudam a ter uma vida mais saudável. Exemplos de exercícios são caminhadas, alongamentos, musculação, pilates, ioga, hidroterapia e dança.
Outras dicas importantes indicadas pela profissional para reduzir o risco de queda incluem:
Visite seu médico e faça check-ups de saúde regularmente.
Evite usar tapetes pela casa. Se utilizar, opte por modelos antiderrapantes.
Evite entrar em ambientes escuros. Garanta boa iluminação. No quarto, nunca se levante no escuro — providencie um interruptor de luz ao lado da cama, um abajur ou mantenha uma luz de vigia acesa no corredor ou banheiro.
Mantenha os espaços livres para circulação; retire obstáculos, como tapetes, mesas de centro e objetos espalhados pelo chão.
Evite encerar o piso.
Mantenha os fios de aparelhos eletrônicos próximos às tomadas, evitando que fiquem atravessando o caminho.
Procure deixar seu animal de estimação no quintal, principalmente quando estiver realizando tarefas domésticas.
Instale barras de apoio próximo ao chuveiro e ao vaso sanitário. Em caso de dificuldade para se abaixar durante o banho, utilize uma cadeira de plástico firme e resistente.
Deixe objetos usados com mais frequência em uma altura de fácil alcance. Evite subir em bancos, cadeiras ou escadas.
Evite passar muito tempo sem se alimentar.
Utilize seus medicamentos de forma correta: respeite a prescrição médica, tome nos horários recomendados, sempre com água, e nunca se automedique.
Segundo a fisioterapeuta, o uso de sapatos inadequados também aumenta o risco de quedas. Nesse caso, as orientações são:
Evite chinelos de dedo, de pano, saltos ou calçados com solado liso. Dê preferência a sapatos confortáveis, com solado antiderrapante e que fiquem bem presos e firmes nos pés.
Procure sentar-se para vestir calças, meias e sapatos.
Pensando em identificar e minimizar os fatores de risco, orientar e educar tanto o idoso quanto a família, a Medicina Preventiva da Unimed Prudente atua com uma equipe multidisciplinar composta por enfermeiras, psicóloga, nutricionistas, fisioterapeuta e educador físico.
“Realizamos ações como o incentivo a hábitos saudáveis, o monitoramento de sinais e condições clínicas, como pressão arterial e glicemia, além da elaboração de planos de cuidados individualizados, com reavaliações periódicas. Também orientamos quanto ao uso correto de medicamentos, realizamos avaliação e orientação nutricional, e avaliamos a condição física, especialmente o equilíbrio e a força muscular”, relata.
O que aumenta o risco de quedas
A queda é considerada um evento multifatorial, ou seja, resultado da combinação de diversos fatores que aumentam o risco de acidentes. Esses fatores podem ser classificados em dois grandes grupos: intrínsecos e extrínsecos.
Os fatores intrínsecos são aqueles relacionados ao avanço da idade, tais como diminuição da visão, da força e da agilidade, incontinência urinária e tontura. Outros pontos de atenção são a perda de massa e força muscular, alterações no equilíbrio, na postura e nas articulações, como artrite e artrose, que provocam dor, diminuem a mobilidade articular e causam deformidades, gerando instabilidade.
Também podem contribuir para as quedas o sedentarismo, associado a déficits visuais, auditivos e cognitivos, que comprometem a capacidade de resposta rápida diante de situações de risco, prejudicando a prevenção de acidentes. O uso inadequado de medicamentos, especialmente quando administrados sem prescrição médica, é outro fator que pode afetar negativamente o equilíbrio e a segurança do idoso.
“O equilíbrio corporal tende a se agravar com as alterações associadas à idade, o uso de certos medicamentos, a presença de doenças e o estilo de vida, especialmente quando há ausência de atividade física regular”, alerta a fisioterapeuta da Unimed Prudente.
Por outro lado, os fatores extrínsecos estão relacionados ao ambiente e aos comportamentos de risco. Exemplos comuns incluem ruas esburacadas, pisos escorregadios, iluminação inadequada e comportamentos como subir em banquinhos ou utilizar calçados inseguros, como chinelos. Essas situações aumentam significativamente a probabilidade de quedas, pois podem fazer com que o idoso escorregue, tropece, pise em falso ou colida com obstáculos, colocando à prova sua capacidade de manter o equilíbrio.
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