Maycon Morano
Em 28/12/2010 às 10:12
O pernambucano, nascido em Olinda e filho de marinheiro, fala sobre como funciona sua Pasta e o que deve ser feito para suprir as necessidades dos outros secretários. Além disso, ele já adianta que existem algumas prioridades em 2011, como a Educação, Saúde e Assistência Social.
Há 29 anos na Prefeitura de Prudente, cinco deles na Secretaria de Planejamento, Lima destaca as “injustiças” cometidas com algumas categorias de servidores e sobre a expectativa de manter a folha equilibrada para o próximo ano.
Confira abaixo a entrevista completa com o secretário de Administração de Prudente:
Portal: Como funciona a Secretaria de Administração?
Alberico de Lima: A minha Pasta, assim como a Finanças e Jurídico, trabalha mais como um setor de meio das outras secretarias. Só temos motivo para dar entrevista quando temos brigas com sindicatos. Não prestamos serviços diretamente ao contribuinte. Nós temos os departamentos de recursos humanos, departamento de patrimônio, departamento de atos oficiais, que é responsável pela elaboração dos decretos e das leis quando são de autoria do Executivo em conjunto com as secretarias de Assuntos Jurídicos. E temos também o departamento de serviços gerais que cuidam da manutenção dos prédios públicos, especificamente do Paço Municipal.
P: Como é o relacionamento com os sindicatos de Prudente?
AL: O relacionamento com os sindicatos é através de nossa secretaria, pois eles cuidam dos servidores. É um relacionamento de respeito. Nós respeitamos os sindicatos como representantes dos servidores e o sindicato também nos respeitam como autoridade. Há sempre um diálogo aberto.
P: Porque hoje não tem mais a quantidade de greves de antigamente?
AL: Por causa do diálogo que existe hoje e também a conscientização dos dois lados. A atual administração respeita os sindicatos. É lógico que não conseguimos atender todas as reivindicações dos sindicatos, mas eles também compreendem e sabem que não vão conseguir tudo ao mesmo tempo.
P: Como foi 2010 para os servidores?
AL: Esse foi um ano que conseguimos atender as ex-ADI’s [Auxiliares de Desenvolvimento Infantil], que hoje são as Educadoras Infantis; foi feito o plano de carreira com a redução de jornada de trabalho isso já foi uma vitória para essas servidoras.
P: A secretária de Assistência Social, Regina Penati, diz que precisa de mais corpo técnico para atender algumas regiões da cidade, há essa possibilidade para 2011?
AL: As solicitações dela chegaram até nós. Mas nós, como Secretaria de Administração, temos a responsabilidade de manter uma folha de pagamento equilibrada; existem despesas, e esse equilíbrio precisa ser mantido. Então, a secretária Regina e demais secretários, eles têm o objetivo deles que é fazer com que a secretaria deles funcione para a população. Agora eu sou o secretário para não deixar a folha de pagamento explodir e amanhã ou depois a Prefeitura não ter recursos e começar a atrasar salário de funcionários. Então a gente procura conter um pouco essa contratação, mas no caso específico da secretária Regina, providências já estão sendo tomadas. Mas não é só o caso dela. Nós temos secretários que não podemos nos furtar a não tender, é o caso da Saúde, da Educação e da própria Assistência Social. Temos que atender todos os secretários, mas a gente prioriza esses três casos, pois trabalham direto com a população.
P: Então mais funcionários serão contratados para estas secretarias em 2011?
AL: Já existe um processo administrativo a pedido do secretário de Saúde para realização de contratação de médicos. Eu comuniquei a secretária Regina para que ela também incluísse a reivindicação dos psicólogos e assistentes sociais que ela está necessitando. Eu tenho certeza disso. Ela precisa realmente desse pessoal. Mas precisamos aguardar o começo do ano para ver a arrecadação no início do ano, para poder efetivar essas contratações e atender esses secretários.
P: Como é solucionado o caso de não poder atender os secretários de maneira imediata?
AL: Houve a inserção de terceirizados. Por exemplo, no Paço Municipal foi contratada uma empresa prestadora de serviços de mão-de-obra. Na área de serviços gerais e vigilância patrimonial, nós pegamos 25 funcionários terceirizados. Procuramos também ajudar o secretário que estava solicitando funcionário, oferecer para ele o Jovem Aprendiz. Isso contribui para a redução de servidores.
P: Reclama-se sobre a fiscalização da Secretaria de Desenvolvimento, a Sedepp. Há a possibilidade de aumentar esse efetivo?
AL: O secretário de Desenvolvimento Econômico, Carlos Dias, já tem conversado comigo a respeito da fiscalização e ele se comprometeu a fazer um planejamento. Vai ter que quantificar a real necessidade e a quantidade desses fiscais e vai ter que levar essa reivindicação ou esse estudo até o prefeito Milton Carlos de Mello (Tupã), para ver se podemos tomar as providências. Vai ter que estipular onde está faltando fiscal, qual a quantidade que precisa, vai ter que otimizar sua fiscalização. No momento ele está usando de sua criatividade para resolver esse problema, fazendo rodízio, remanejando funcionário. Mas a gente sabe que ele também não tem número suficiente de fiscais. Mas é aquilo que falei: nós temos Saúde e Educação como prioridades. Não podemos deixar uma sala de aula sem educadores e um posto de saúde sem médico.
P: A folha de pagamento hoje está equilibrada?
AL: Está equilibrada. Nós conseguimos manter essa folha mensalmente em torno de R$ 11 milhões a R$ 11,5 milhões.
P: Aumentar esse corpo efetivo corre o risco de desequilibrar a folha?
AL: Há a possibilidade. Mesmo porque ainda tem a negociação do provável reajuste salarial, isso influencia, porque nós temos um limite para gastar com esse pessoal, e esse limite será mantido.
P: Quais os projetos para 2011 da Secretaria de Administração?
AL: Vamos ter o dissídio, o reajuste do servidor que ocorre em fevereiro e março. Temos a reivindicação dos secretários. A modernização da gestão. Ampliar mais a questão da informatização. Dar prosseguimento ao projeto Jovem Aprendiz. E quem sabe atender outras reivindicações dos servidores se houver recurso para isso.