Jerusa Geber e Gabriel Garcia conquistam segundo ouro em Paris

Jerusa Geber e Gabriel Garcia repetiram, neste sábado (7), a presença no lugar mais alto do pódio no Stade de France, um dos palcos dos Jogos Paralímpicos Paris-2024. A recordista mundial na classe T11 e seu atleta-guia venceram a prova dos 200 metros, com o tempo de 24,51.

Desta forma, igualaram o recorde paraolímpico da prova conquistado pela britânica Libby Clegga nos Jogos Paralímpicos de 2016, no Rio de Janeiro.

Este resultado, no penúltimo dia da competição em Paris, permitiu a conquista da 23ª medalha de ouro em uma edição dos Jogos Paralímpicos, um feito inédito para o Brasil.

Jerusa é acreana, porém, radicada em Presidente Prudente, local onde treina para as competições. Na cidade, selou a parceria com o prudentino Gabriel Garcia.

Como foi a conquista

Com uma largada perfeita e desenvolvendo uma corrida bem próxima ao seu atleta-guia, em um sincronismo já visto anteriormente na conquista do ouro nos 100 metros, Jerusa fez uma prova com marca da superação. 

Ao aumentar o ritmo das passadas nos metros finais, ultrapassou a velocista chinesa Cuiqing Liu e assumiu a liderança da prova. A chinesa ficou com a prata, enquanto que a atleta da Namíbia, Ishitile Lahja, levou o bronze.

Gratidão
 
Logo após sair do exame antidoping, Jerusa ainda sob o impacto positivo da conquista de mais um ouro paraolímpico, apenas agradece. "Estou muito feliz com o resultado e por ter contribuído com mais uma medalha de ouro para o quadro de medalhas do Brasil e, também, para o meu quadro individual. Eu não esperava conseguir esta medalha de ouro; o Gabriel estava acreditando mais do que eu. Mas é isso, estou muito feliz e gratidão é a palavra que resume tudo. Gratidão, gratidão e gratidão”.

Falando especificamente do momento da prova, Jerusa faz uma avaliação pontual, a partir dos resultados anteriores. “Acredito que a atleta chinesa se sentiu muito pressionada na prova em que estava a vencedora dos 400 m que ganhou dela e a vencedora dos 100 m do Brasil, pois, também ganhamos dela e felizmente ganhamos nos 200 m também. Quero agradecer muito a torcida e as palavras de incentivo de todos que torceram por nós em cada momento, obrigado! ”, diz Jerusa, agora, com seis medalhas paralímpicas no vitorioso currículo. 

Em um pequeno retrospecto das conquistas de Jerusa em provas de 200 m, o marido e treinador, Luiz Henrique Barbosa da Silva, fala que eles sempre gostaram desta prova, especialmente a partir de Pequim 2008 (bronze nos 100 m), que trouxe melhor qualidade de vida, patrocinadores e apoios para a velocista paraolímpica. 

 “Estamos felizes, pois, fechamos aqui com a medalha de ouro. Este ano, acreditamos num formato diferente e enfatizamos o treino dos 200 m. Tentamos fazer algo diferente, aprimorando detalhes para enfrentar as dificuldades na hora da prova, principalmente pelo nível dos competidores, como a atleta chinesa, recordista mundial na prova. Realmente houve um preparo forte para os 200 m, e Jerusa e Gabriel conseguiram repetir tudo na prova, graças ao Criador”, pontua Luiz Henrique.