Segunda-feira 1 de maio de 2018 | Presidente Prudente/SP

Com pressão de minoria, Câmara-PP cede e volta a 13

Reginaldo Nunes (PMDB) questiona interesse de entidades sobre o assunto

ROGÉRIO MATIVE

Em 05/06/2012 às 01:40

Diferentemente do cenário em 2011, agora, pequeno grupo foi responsável por mudar opinião da Câmara

(Foto: Cedida/Maycon Morano/AI)

Nem abaixo-assinado e muito menos a opinião popular, a Câmara Municipal voltou atrás em relação ao número de cadeiras e cedeu à pressão de algumas entidades de Presidente Prudente. Na madrugada desta terça-feira (5), o Legislativo aprovou, por unanimidade, requerimento para a votação do Projeto de Revogação da Resolução que aumentou de 13 para 19 cadeiras. A revogação foi aprovada por todos os presentes.

A manobra foi costurada pela presidente da Casa, Alba Lucena (PTB), após tentativa frustrada do vereador Izaque Silva (PSDB), que pretendia votar a proposta para manter as atuais 13 cadeiras antes das convenções partidárias, ignorando a espera pelo parecer do Tribunal Regional Eleitoral (TRE).

Nas últimas semanas, entidades ligadas ao comércio e maçonaria pressionaram os vereadores para a revogação do aumento de cadeiras. Em reunião a portas fechadas durante a suspensão da sessão ordinária, parlamentares e representantes de algumas classes da sociedade chegaram a discutir de forma acalorada o assunto.

Na Tribuna, durante seu discurso quando anunciou que não disputará as eleições deste ano, Reginaldo Nunes (PMDB) questionou o interesse das entidades pela votação do projeto. "Vai parecer que a maçonaria mandou a carta ou outras entidades, a Câmara votou. Isso é bom para saber quem dá as cartas, quem manda de verdade. Quero deixar essa pergunta no ar: Onde os senhores estavam ano passado quando toda aquela moçada estava aqui? Que bom que os senhores estivessem aqui naquele momento. Ano passado tivemos casos que requereria a presença dos senhores. Não sei o que motivou vocês virem aqui hoje. Seja o que for... Eu lembro nessa luta que tive eu fico pensando por que será que esses homens vieram aqui hoje?", cobrou.

"Não adianta fazer o que fizeram ano passado [protestos] sem saber o que passava. Vergonha é roubar, é praticar pedofilia. Somos cabeças pensantes e temos que ser respeitados por nossas decisões", disse Douglas Kato (PV), em lágrimas.

Favorável ao aumento de cadeiras desde o início, Oswaldo Bosquet (PSB) explicou o que ocorreu nos bastidores durante as discussões sobre o projeto de revogação. "Nós precisamos entender a história. Quando começamos a discussão foi encima da constituição. Por várias noites, estivemos reunidos. Foi pedido um parecer, o procurador disse que em Prudente teria que ser 20. Em conversa, tirou que 19 seria o ideal pelo histórico da casa. Quando retornamos do recesso, houve alguns posicionamentos contrários, culminando no projeto de 13 e no 19. Cinco optaram por 13 e oito mantiveram por 19. Essa é a mais pura verdade. Nós votamos por causa disso", disse.

"Com o novo projeto de resolução, houve outras discussões. Fica ainda hoje uma preocupação sobre isso. O que farão os partidos que se prepararam em outubro do ano passado para preencher o número de cadeiras com 19? Como falar agora você vai ser candidato ou não. O princípio da anterioridade não foi atoa. Até para que os partidos pudessem se estruturar", defendeu.

"Não sei se isso resultará em melhoras para a Casa [13 cadeiras]. Hoje, essa Casa volta atrás", reforçou. Mesmo assim, ele votou a favor da revogação.

Por questões de saúde, estiveram ausentes os vereadores Alcides Seribeli (PTB) e Chicão da Maça do Amor (PSB).

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