Categoria traça estratégia para não perder força com liminar e aguarda audiência
ROGÉRIO MATIVE
Em 28/06/2013 às 13:52
População está sem transporte coletivo desde a manhã de quinta-feira, quando foi deflagrada a greve em Prudente
(Foto: Arquivo)
Orientados pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), sindicalistas e trabalhadores do transporte coletivo de Presidente Prudente analisam pausar a greve da categoria, deflagrada na quinta-feira (27). Motoristas e cobradores podem ficar sem benefícios caso TCPP e Pruden Express optem pelo dissídio.
Na manhã desta sexta-feira (28), foi realizado um encontro no MPT, porém, apenas alguns trabalhadores e representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Terrestres de Presidente Prudente e Região estiveram presentes.
Na ocasião, o procurador do Trabalho, Cristiano Lourenço Rodrigues, explicou sobre as infrações caso a greve permaneça. "As empresas não compareceram. Lá, fomos orientados que, chegando a liminar, a greve pode ser considerada ilegal e passível de demissões. Tudo foi passado aos trabalhadores", explica o dirigente sindical, Ozanir Gomes da Silva, em entrevista ao Portal.
Segundo ele, o sindicato ainda não foi notificado oficialmente da liminar obtida pelas empresas de ônibus. A decisão foi proferida na noite de ontem, pelo desembargador Henrique Damiano, do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região.
Na liminar, o desembargador determina que a categoria mantenha 70% da frota em circulação nos horários de pico e 50% nos demais horários, sob pena de multa diária de R$ 50 mil.
Ele também agendou uma audiência de tentativa de conciliação e instrução para segunda-feira (1º), na sede do TRT, em Campinas.
Estratégia de risco
O sindicato afirma que acatará a decisão judicial quando for notificado, deixando a decisão sobre a continuidade da greve para terça-feira (2) pela manhã, em assembleia com os trabalhadores.
"Se chegar a liminar, que até agora não chegou, retornaremos as atividades. Na segunda, participaremos da audiência e vamos ver o que será definido. Na terça vamos fazer assembleia e definir se a greve continua ou não", explica Silva.
Mas, a categoria corre o risco de perder os benefícios conquistados durante as negociações, como o reajuste de 8,2% na folha salarial, aumento do vale-alimentação para R$ 270, além da redução da jornada de trabalho - das atuais 220 horas/mês para 180 horas/mês - a partir de janeiro de 2014.
"Se as empresas partirem para o dissídio, corremos este risco", avisa o sindicalista. Em casos em que partes não chegam a um acordo, o TRT, estabelece os benefícios e os reajustes salariais por meio de uma sentença normativa. No caso dos motoristas e cobradores, eles podem receber apenas a reposição salarial em relação ao acumulado da inflação no período.
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