Segunda-feira 1 de maio de 2018 | Presidente Prudente/SP

Covid gera sintomas emocional em 64% dos profissionais de enfermagem

Da Redação

Em 12/09/2021 às 08:40

Para 71,4% dos profissionais, os sintomas estão relacionados à sobrecarga de trabalho

(Foto: Divulgação)

Nova sondagem sobre a saúde mental dos profissionais de enfermagem durante a pandemia do coronavírus, feita em agosto deste ano com mais de 10 mil participantes, mostra que 70,2% apresentam sintomas físicos e 64,5% têm sintomas emocionais. Outro dado relevante é o de que 52,7% não buscam ajuda diante do medo de julgamento ou da mudança de setor. 

O Conselho Regional de Enfermagem do Estado de São Paulo (Coren-SP) vem monitorando a situação da categoria frente à Covid-19 desde o início da disseminação da doença no ano passado, através de seu Grupo de Trabalho Mental que tem o envolvimento de pesquisadora vinculada à Universidade do Oeste Paulista (Unoeste), a professora mestre em ciências Mariana Carolina Vastag Ribeiro de Oliveira.

Crise gera crise

A coordenadora do Grupo de Trabalho de Saúde Mental, Dra. Maria do Perpétuo Socorro de Sousa Nóbrega, citou os 17 meses de pandemia para dizer que toda crise sanitária é também uma crise de saúde mental. 

Ao iniciar a apresentação da sondagem “Percepção do sofrimento mental dos profissionais de enfermagem em meio à pandemia da Covid-19”, Mariana citou os dois momentos, para dizer que no início da pandemia havia desconhecimento sobre a doença e isso representou um impacto drástico, não somente com relação à saúde mental, mas também por conta de algumas situações de péssimas condições de trabalho. 

A nova sondagem ocorreu de 10 a 22 de agosto e em relação ao perfil do trabalho foi reafirmado que 87% são do sexo feminino.

Outro dado relevante em relação ao perfil é que quase a metade (42%) são trabalhadores em idades extremamente produtivas, de 34 a 43 anos. Mais da metade (55%) atua na rede pública e 46,6% na rede privada, sendo que alguns nos dois níveis de atenção. 

Dentre os dados, está o de que 62,1% passam por sofrimento mental desde o início da pandemia que corroborou para aumentar os sintomas de ansiedade. São 70,2% apresentando sintomas físicos: fraqueza, tonturas, dores em geral, problemas para respirar, dormência, formigamentos, dificuldades de concentração, esgotamento físico ou cansaço. São 64,5% com sintomas emocionais: medos, sentimentos de culpa, pânico, esgotamento mental ou pensamentos ruins.

Políticas públicas

Para 71,4%, os sintomas estão relacionados à sobrecarga de trabalho; 40,1% às condições de trabalho; 38,4% à ausência de local adequado para descanso; e 28,5% às agressões verbais. 
Com todos esses problemas, 52,7% não pedem ajuda; 41,8% por medo de julgamento ou de mudança de setor; 41,4% conseguem lidar com o sofrimento sem ajuda dos outros; 31% têm vergonha de falar dos problemas; e 26,2% não sabem a quem recorrer. 

Por outro lado, 47,3% pedem ajuda, dos quais 58,9% procuram tratamento especializado; 41,5% recorrem à família; 36,2% recorrem à instituição de trabalho; e 31,9% a amigos. O Coren-SP tem usado os dados para trabalhar com prevenção, os quais estão disponibilizados no seu site e podem, perfeitamente, orientar políticas públicas e ações institucionais.

Dentre os resultados da sondagem está o de que a presença de níveis de ansiedade ou estresse podem vulnerabilizar o profissional de enfermagem quanto aos transtornos mentais. Portanto, o estudo aponta a necessidade de intervenções imediatas de prevenção e promoção do bem-estar aos profissionais expostos à Covid-19, por se encontrarem na linha de frente, o que exige atenção especial.

A literatura científica sobre o assunto assegura que diante do enfrentamento e da implementação de habilidades como empatia, iniciativa e motivação é possível criar mecanismos protetores para a saúde mental. Ao final da apresentação foi feito apelo para que os profissionais de enfermagem busquem ajuda junto ao Coren-SP, através da Ouvidoria, e que participem das frequentes palestras com acesso pelo site e nas redes sociais.

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