Hackers divulgam dados de funcionários da Petrobras
Da Folha
Em 24/06/2011 às
14:29
O grupo hacker LulzSecBrazil, que vem promovendo ataques e invasões a sistemas e
sites ligados ao governo, divulgou na manhã desta sexta-feira (24) um arquivo
que teria sido retirado de computadores da Petrobras com dados pessoais de
funcionários da empresa.
A Folha entrou em contato com um destes funcionários e confirmou a
veracidade das informações, que incluía número de CPF, função exercida na
Petrobrás e dados bancários.
Procurada pela reportagem, a empresa não se manifestou sobre o assunto até a
publicação desta notícia.
Ontem, o grupo já havia postado em sua conta no Twitter um link para um
arquivo com supostos dados pessoais da presidente Dilma Rousseff e do prefeito
de São Paulo, Gilberto Kassab.
Muitas dessas informações são públicas e constam, por exemplo, da prestação
de contas dos mandatários durante as campanhas eleitorais.
As informações relativas a Dilma a vinculam à Petrobras, o que poderia
sugerir que as informações foram coletadas quando ela fazia parte do Conselho de
Administração da empresa, do qual saiu no início do ano passado, antes do
lançamento de sua campanha à Presidência.
Desde a madrugada de quarta-feira (22) o grupo de hackers tem sido
responsabilizado por uma série de ataques a sites governamentais, fazendo com
que alguns deles ficassem fora do ar por algumas horas.
O próprio site da Petrobras esteve entre os alvos do grupo. Um suposto ataque
de hackers tirou o site do ar na tarde desta quarta-feira. A queda foi
reivindicada pelo grupo chamado LulzSecBrazil no Twitter, com mensagens como
"Acorda Brasil! Nao queremos mais comprar combustivel a R$2.75 a R$2.98 e
expotar a menos da metade do preco! ACORDA DILMA!".
A empresa informou, por meio de nota, que "o site recebeu alto volume de
acessos simultâneos" e "o congestionamento momentâneo do servidor não causou
nenhuma alteração de conteúdo ou dano de informações disponíveis".
Na madrugada desta sexta-feira (24), um novo ataque tirou do ar o site do IBGE e uma mensagem foi postada no endereço virtual. A
página apresentou o título "IBGE Hackeado - Fail Shell" escrito no topo e uma
foto de um olho humano com a legenda "Ordem e Progresso" inserida sobre a
pupila.
No pé da página, dizeres indicavam que o ataque partiu de outro grupo, em
protesto contra o LulzSecBrazil e o Anonymous: "Atacado por FIREH4CK3R",
"Brasil, um país de todos!" e "Não há espaço para grupos sem qualquer ideologia
como LulzSec ou Anonymous no Brasil".
Saiba mais
O grupo de hackers LulzSec (Lulz Security) chamou a atenção mundial pela
primeira vez há dois meses, com a invasão da rede on-line do PlayStation, da
Sony, e o vazamento dos dados de milhões de usuários. O game, de alcance global,
passou dias fora do ar.
Na semana passada, o grupo assumiu um ataque ao site da CIA. Anteontem, o FBI
invadiu e confiscou equipamentos de um servidor de internet no Estado de
Virgínia, parte de uma investigação dos membros do LulzSec realizada junto com a
própria CIA e agências europeias, segundo o 'New York Times'. Um membro do
LulzSec foi preso no Reino Unido.
O nome Lulz vem de LOL ('laugh out loud', rir alto), uma gíria de internet
usada, em geral, após brincadeiras on-line e pegadinhas.
Anterior e mais conhecido, o grupo Anonymous nasceu como coletivo hacker há
cerca de três anos.
A exemplo do LulzSec, começou com brincadeiras on-line, até realizar uma
série de ataques em defesa do WikiLeaks, em dezembro do ano passado.
Conseguiu afetar a operação de sites globais como Visa, MasterCard e PayPal,
por terem suspendido contas da organização de Julian Assange, que expôs segredos
americanos.
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