Segunda-feira 1 de maio de 2018 | Presidente Prudente/SP

Com R$ 18,7 bilhões, vendas do varejo alcançam maior cifra da história na região

Da Redação

Em 14/03/2025 às 15:36

Na visão da FecomercioSP, o ano de 2025 deve ser extremamente desafiador, considerando a atual conjuntura de inflação acima da meta e o ciclo de alta da taxa Selic

(Foto: Arquivo/EBC)

As vendas do comércio varejista na região de Presidente Prudente atingiram R$ 18,7 bilhões em 2024, crescimento real de 6,9% em relação ao ano anterior. É o maior faturamento da série histórica iniciada em 2008. 

No ano passado, as nove atividades pesquisadas exibiram crescimento no comparativo anual, e quatro delas atingiram a maior receita da história — autopeças e acessórios; farmácias e perfumarias; supermercados; outras atividades, grupo em que predomina a venda de combustíveis.

Os dados são da Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista (PCCV), elaborada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) a partir de informações da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz-SP).

A FecomercioSP salienta que o montante aferido pela pesquisa diz respeito às receitas brutas e não à lucratividade. É relevante considerar ainda que o recorde no faturamento está ligado, de alguma forma, ao índice de inflação, que elevou os preços de vários produtos – o que impacta na mensuração do volume movimentado em vendas. Em outras palavras, vender mais não significa lucrar mais.

Em 2024, destaca-se o bom desempenho das atividades que comercializam bens essenciais de consumo. As vendas de supermercados, segmento que concentra a maior receita, cresceram 9,4%, enquanto farmácias e perfumarias exibiram alta de 10,6% no faturamento. As lojas de móveis e decoração tiveram a maior alta proporcional, mas é importante destacar que esta é uma atividade de menor faturamento, sendo comum grandes variações para cima ou para baixo.

Dezembro: alta em todos os segmentos

Em dezembro de 2024, o faturamento mensal do varejo na Região de Presidente Prudente também foi o maior da história, atingindo R$ 1,9 bilhão, representando um aumento de 9,7% em relação a dezembro do ano anterior. 

Das nove atividades pesquisadas, seis registraram crescimento em relação a dezembro de 2023, com destaque para supermercados, que tiveram aumento de 9,7% nas vendas em relação ao mesmo período de 2023 e para as farmácias e perfumarias, com alta de 15,8%.

O crescimento de 6,9% nas vendas do varejo da região em 2024 é um resultado excepcional. Além do recorde histórico, o comércio vem de uma trajetória positiva nos últimos anos — já havia crescido 9,6% em 2021, 9,2% em 2022 e 3,8% em 2023 —, e quatro das nove atividades pesquisadas registraram o maior faturamento da história em 2024.

De maneira geral, os resultados positivos do varejo em 2024 foram motivados, principalmente, pela queda da taxa de desemprego e pela geração de empregos com carteira assinada, o que eleva o contingente de pessoas em condições de consumir, resultando em uma maior injeção de recursos do 13º salário na parte final do ano. Em âmbito nacional, a taxa de desemprego média de 2024 foi de 6,6%, menor patamar da série histórica iniciada em 2012 e 1,2 p.p. abaixo do apurado em 2023.

Setor deve desacelerar em 2025

Embora a federação mantenha uma visão otimista para o primeiro trimestre de 2025, principalmente por causa do desempenho do mercado de trabalho, a entidade recomenda uma certa dose de cautela aos empresários na realização de investimentos e na formação de estoques.

Na visão da FecomercioSP, o ano de 2025 deve ser extremamente desafiador, considerando a atual conjuntura de inflação acima da meta e o ciclo de alta da taxa Selic, que já estão afetando a confiança dos consumidores e devem influenciar as vendas ao longo do ano. 

As vendas das concessionárias de veículos e de materiais de construção, que comercializam bens duráveis, em que a venda normalmente depende de crédito, o que compromete a renda ao longo de vários meses, já mostraram sinais de desaceleração no último trimestre do ano no Estado de São Paulo. 

Nesse contexto, “empresas do setor precisarão ajustar suas estratégias para manter a competitividade e preservar margens em um possível cenário de menor crescimento em 2025”, recomenda Fabio Pina, assessor econômico da entidade.

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