Segunda-feira 1 de maio de 2018 | Presidente Prudente/SP

Estudo encontra foco de dengue em 10% dos bueiros de Prudente

Mais de 5,4 mil bocas de lobo foram analisadas; 91% reprovadas

Homéro Ferreira/AI Unoeste

Em 18/09/2024 às 18:59

Na Rua Rosa Oliveira dos Anjos, no Maracanã, constatação atual de sujeira em bueiro localizado em uma das áreas do estudo

(Foto: Homéro Ferreira/AI Unoeste)

Produção científica aponta correlação direta entre casos notificados de dengue em Presidente Prudente. Levantamento revela foco da doença em 10% das 5,4 mil bocas de lobo verificadas na cidade.

O estudo buscou determinar a epidemiologia dos casos de dengue e sua distribuição espaço-temporal na cidade, bem como realizar levantamento dos bueiros para que por meio de análise geoespacial fosse determinada sua possível correlação com os casos de dengue.

De 1996 a 2023, a prevalência de casos de dengue atingiu o pico em 2016 e 2019, sendo que o ano passado apresentou níveis alarmantes, com 36.197 pessoas notificadas e 24 mortes. No ranking nacional de maior número de casos, Prudente ficou em segundo e Londrina na primeira colocação.

Ampla análise

No estudo, dos 5.492 bueiros analisados, 18% apresentaram água em seu interior. Os envolvidos na pesquisa entendem ser algo que não deveria acontecer, considerando que tal dispositivo é para drenar a água totalmente.

Em 9% apresentaram larvas ou poupas de Aedes Aegypti e 91% foram classificados como sujos ou danificados. São condições que provocam água parada, em ambiente propício como criadouro do mosquito transmissor da doença.

Desafio para a saúde pública 

A dengue é um desafio para saúde pública em todo o mundo, sendo a doença que se espalha mais rapidamente por todos continentes. O Brasil enfrenta uma explosão de casos nunca vista antes, com aumento de 839% em 2024 em comparação a 2023. 

Na América Latina foram registrados cerca de 70% dos casos em 2023 e até maio de 2024 mais de 4 milhões de pessoas foram infectadas. No Estado de São Paulo, a região de Presidente Prudente, no oeste, é considerada hiperendêmica.

 A própria pesquisa e os resultados encontrados são tão relevantes que artigo científico produzido em caráter interinstitucional foi publicado na revista de saúde pública da Europa, a Frontiers of Public Health, que na tradução é Fronteiras em Saúde Pública.

Autora é supervisora da VEM 

O estudo que resultou na dissertação de Elaine Bertacco foi desenvolvido junto ao Programa de Pós-Graduação em Geografia, na Faculdade de Ciência e Tecnologia, campus na Unesp em Prudente (FCT-Unesp).

A supervisora do Departamento de Vigilância Epidemiológica (VEM) de Presidente Prudente foi orientada pelo professor Dr. Edilson Ferreira Flores, com a colaboração da professora Dra. Renata Ribeiro de Araújo, da mesma instituição.

Vinculado à Faculdade de Medicina e aos programas de pós-graduação em Ciências da Saúde e Meio Ambiente Unoeste, o professor Dr. Luiz Euribel Prestes Carneiro teve participação nas bancas de qualificação e de avaliação; e agora na produção do artigo.

Também estiveram envolvidas na elaboração da publicação científica a Dra. Lourdes Aparecida Zampieri D'Andrea, do Instituto Adolfo Lutz; e a aluna da Faculdade de Medicina inserida em iniciação científica Luiza Sant'Anna Pinheiro.

Cidades do Brasil e do mundo 

Os resultados encontrados no estudo são alerta para todas as cidades brasileiras e do mundo todo, com alerta para a limpeza e manutenção dos bueiros. Em algumas cidades do Brasil limpeza e desobstrução de bueiros são feitas com hidrojateamento.

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