Segunda-feira 1 de maio de 2018 | Presidente Prudente/SP

Sem diálogo, sindicato sinaliza greve no transporte coletivo

Ônibus circularão com faróis acesos em "sinal de protesto" por reajuste

ROGÉRIO MATIVE

Em 30/06/2016 às 09:18

Ônibus circularão com os faróis acesos, de acordo com orientação do sindicato

(Foto: Arquivo)

Sem negociação e com um possível acordo distante, motoristas e cobradores podem cruzar os braços nos próximos dias em Presidente Prudente. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Terrestres de Presidente Prudente e Região, a orientação é para que os ônibus circulem com faróis acesos em "sinal de protesto". A categoria pede reajuste com base na inflação e aumento real de 5%.

Segundo o diretor sindical, Ozanir Gomes da Silva, a data-base da categoria é em maio, porém, as negociações não avançaram. "As empresas [Pruden Express e TCPP] dizem que não tem nem como dar o reajuste. Entendemos a questão que o país atravessa devido a crise econômica, mas os trabalhadores não podem ser lesados", disse nesta quinta-feira (30), em entrevista ao Jornal da Globo, da Rádio Globo AM 1380 kHz.

"As negociações não avançaram. Se não houver acordo podemos ter greve. O que pedimos é reajuste em cima da inflação e aumento de 5%. Não teve progresso nas negociações e acho difícil que tenhamos algum avanço", falou.

Porém, o sindicalista tranquiliza a população em relação a uma greve imediata. "A população pode ficar tranquila. Tem todo um processo de negociação e apenas quando se esgotarem todas as possibilidades é que faremos greve. Não é da noite para o dia, tem todo um trâmite legal e precisamos respeitar isso", ressaltou.

Neste período, os ônibus circularão com os faróis acesos, de acordo com orientação do sindicato. "Os faróis acesos são em sinal de protesto. O nosso presidente [Valdir Nolli Schiavon] pediu aos motoristas", revelou.

"No setor rodoviário foi celebrado acordo com 8% de aumento e reajuste no vale-alimentação, que no total chega a 14%. Apenas no setor urbano não chegamos a um acordo", finalizou.

A última greve realizada em Prudente foi em 2013, com dois dias de paralisação total e intervenção do Tribunal Regional do Trabalho. Na ocasião, a categoria pleiteou a manutenção dos cobradores e redução da jornada de trabalho, o que não ocorreu.

Atualmente, praticamente todos os coletivos que operam na cidade circulam com apenas os motoristas realizando a dupla função. A figura do cobrador deve ser extinta em breve, quando a integração do transporte coletivo for efetivada através dos terminais - que estão em construção em quatro pontos de Prudente.

Caso ocorra, esta será a terceira paralisação do transporte de passageiros em oito anos.

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