Segunda-feira 1 de maio de 2018 | Presidente Prudente/SP

Após cobrança, JBS reativará unidade em Epitácio

ROGÉRIO MATIVE

Em 29/05/2012 às 09:30

Sindicato da Alimentação mobiliza os trabalhadores demitidos para uma concentração na Praça Almirante Tamandaré

(Foto: Arquivo/Sérgio Borges/NoFoco)

Após oito meses de negociações entre dirigentes do Grupo JBS, sindicatos da categoria, políticos e representantes do Ministério Público, o frigorífico em Presidente Epitácio será reativado. Inicialmente, serão reabertos 500 postos de trabalho. O governador Geraldo Alckmin estará no município na próxima quinta-feira (31).

Ele participará de uma reunião no gabinete do prefeito José Antônio Furlan, às 9h. Na sequência, às 10h, o governador vai anunciar a reabertura do frigorífico em solenidade no Anfiteatro João Brilhante Júnior, na Orla Fluvial.

A reativação do frigorífico acontece após cobrança direta de Alckmin aos diretores da indústria de carnes. Em dezembro, foi aprovado um decreto, de autoria do Estado, que aumenta de 3% para 4% a devolução de créditos de ICMS do valor de produtos do setor oriundos de outros Estados.

O decreto foi uma resposta às reivindicações dos frigoríficos em relação a incentivos fiscais para o setor. No ano passado, quando anunciou o fechamento da unidade em Epitácio, o JBS alegou "ineficiência fiscal" de São Paulo para tomar a decisão. Na ocasião, foram 983 funcionários demitidos e 160 remanejados para outras unidades do grupo.

"É uma grande conquista. Essa conversa vem de longa data. Eles [JBS] sempre evitaram entrar nas negociações. Não foi nada fácil", diz o deputado estadual Mauro Bragato (PSDB), um dos interlocutores durante as negociações entre Estado e JBS.

Para ele, o grupo quer monopolizar o setor de carnes. "Esse segmento de carne está monopolizado. O grave problema que vejo é que o JBS tem um sócio muito forte, que é o BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social]. Ele quer monopolizar a carne", afirma.

O presidente do Sindicato da Alimentação de Presidente Prudente e Região, Carlúcio Gomes da Rocha, cita a interação entre os setores como fator para a reabertura da unidade. "É fruto de um trabalho em conjunto que envolveu não só o sindicato, como também os trabalhadores, o governador Geraldo Alckmin, o Ministério Público do Trabalho, entre outros setores. A reabertura do JBS é uma vitória para os trabalhadores e suas famílias; um avanço em benefício da produção e geração de emprego, fatores que realmente promovem o desenvolvimento do Brasil", comemora o sindicalista.

O Sindicato da Alimentação mobiliza os trabalhadores demitidos da unidade para uma concentração na Praça Almirante Tamandaré, em frente à prefeitura, durante a visita de Alckmin.

"A luta foi árdua, demorada, cheia de reviravoltas, com disputas acirradas por posições divergentes tanto do ponto de vista do Governo do Estado, como do sindicato e dos proprietários do JBS, porém, prevaleceram as posições que promovem o trabalho e a produção, em detrimento do ganho apenas do capital", pontua Rocha.

Bragato concorda com o sindicalista em relação à demora para a reativação do frigorífico. "Estava demorando em reabrir. No fim do ano passado o Estado cumpriu sua parte com o decreto e o governador cobrou a reativação. A informação oficial que recebi é de 500 empregos diretos. Isso representa muito em matéria de emprego. As coisas estão caminhando", acredita.

Atualizada às 16h04

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