*Divaldo Ceresini
Em 11/05/2019 às 13:06
(Foto: Ilustração)
A indignação é uma reação espontânea decorrente do sentimento de raiva, desprezo e frustração com algo, com alguém ou com um conjunto de coisas. Infelizmente é o sentimento da maior parte das pessoas em relação à política, mas não deveria ser assim.
Primeiro porque a vida em sociedade é necessariamente política, afinal decisões que afetam a coletividade são tomadas a todo momento e dialogar sobre elas a fim de se tomar as melhores medidas, é essencial. Portanto sempre usufruiremos dos resultados dela, sejam eles positivos ou negativos.
Segundo porque os espaços políticos jamais ficam vagos, portanto a omissão dos bons favorecerá o triunfo dos ruins. Foi dessa forma que a qualidade dos nossos políticos piorou a cada legislatura, afinal, quem se envolvia com ela se sujava e o ciclo vicioso reforçava a ideia de que o cidadão de bem deve se afastar da política.
Por esses motivos nossa carga tributária está cada vez mais elevada, destinada essencialmente a bancar os luxos e a farra com assessores e verbas de gabinete; a qualidade dos serviços públicos, que recebemos em troca dos impostos pagos, está cada vez pior; a burocratização das atividades produtivas, o que dificulta a geração de emprego e de renda, é cada vez maior; e, por fim, os infindáveis escândalos de corrupção, devem servir para entendermos que o cidadão de bem deve ocupar os lugares da política.
É importante lembrar que atuar politicamente não exige, obrigatoriamente, a disponibilidade de ser candidato a algum cargo eletivo, pode-se participar ativamente da política como agente influenciador daqueles que os ocupam.
Isso contribuirá para a construção de um ambiente político sadio, no qual o bem comum prevalece em relação aos privilégios particulares e a representação da sociedade, pelo cidadão de bem, torna-se um ato de honra, em vez de ser um ato de loucura.
Não menos importante, devemos entender que a transformação da nossa cidade, do nosso estado e do nosso país depende mais das nossas atitudes como cidadãos, do que das atitudes dos políticos. Não podemos tolerar desvios e devemos agir de acordo com o que exigimos que os demais ajam.
Enfim, a indignação nada vale, se não for acompanhada por ações concretas e consistentes no sentido de corrigir aquilo que motivou a raiva, o desprezo e a frustração. De nada adianta indignar-se com a política e nada fazer para que as atitudes repudiadas parem de ocorrer, sejam elas praticadas pelos mesmos políticos, sejam elas praticadas pelos novos políticos que representam a velha política.
*Divaldo Ceresini é prudentino, tem 34 anos, graduado em Administração pelo Centro Universitário Toledo e especialista em Gestão Empresarial pela UFPR, especialista em Gestão de Negócios e Empreendimentos Imobiliários pela UniCesumar.
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