Segunda-feira 1 de maio de 2018 | Presidente Prudente/SP

A terra prometida

Eliseu Visconti*

Em 24/01/2011 às 11:13

"Toda a terra de Canaã, onde agora você é estrangeiro, darei como propriedade perpétua a você e a seus descendentes; e serei o Deus deles" (Gênesis 17:8).

Como podem os meus escassos, mas leais, leitores notar, abri este texto com uma citação bíblica, que deve certamente ter inspirado o Zé Rainha a se julgar um dos donos deste Brasil varonil e apossar-se de quanta terra puder, com ou sem violência, com ou sem o apoio de São Lula, atual competidor do papa João Paulo II no processo de canonização.

Empunhando o estandarte vermelho do seu MST – até gosto da cor vermelha, mas fico me lembrando dos falecidos marxistas e do beato Hugo Chàvez – o Zé ainda vai se tornar um grande latifundiário se continuar a agir com a desfaçatez que assistimos quase que diariamente.

Há um filme excelente, de 1975, dirigido pelo inesquecível John Huston, estrelado por Sean Connery, Michael Caine e Christopher Plummer, que conta com imagens maravilhosas, a história de dois ex-soldados da Índia, que estava na época sob o poder dos ingleses, que resolveram se aventurar, para se tornarem reis do Kafiristão.  Seu título é “O homem que queria ser rei”. Recomendo assistir. Não vou contar como se passa, para não lhes tirar o prazer de assistir a uma obra de arte.

Voltemos, agora, ao rei, ou melhor dizendo, ao invasor Rainha e seus sequazes. Paremos um pouco para refletir como as coisas andariam neste país cheio de ricos e proprietários burgueses, se tivéssemos, para completar o heróico exército do MST, algumas das seguintes agremiações: MSDE Movimento Social dos Desempregados: estes ganhariam o sustento e a notoriedade invadindo sindicatos, para exigir semana de 28 horas, 14º salário, aumentos equivalentes ao dobro da inflação, etc.

Já o MSER Movimento Social dos Estudantes Reprovados - tomariam escolas de todos os níveis, universidades e centros e de ensino, para exigir professores bons, equipamento escolar de primeira linha, a progressão às série superiores, sem ter que prestar exames. O Exército Brancaleone abrigaria cegos, surdos, mudos, coxos, cadeirantes, esses se apossariam de clínicas, hospitais e centros de reabilitação para fazer questão de tratamentos de primeiro mundo, e toda a coorte de fisioterapeutas, habilíssimos cirurgiões, estar aparelhada e remunerada, para o serviço.

Os casos mais promissores receberiam passaporte diplomático para se tratarem em Cuba.

Este é o Paraíso social sonhado e trabalhado por Rainha e seus acólitos que, ao criar o seu próprio calendário – janeiro vermelho; fevereiro vermelho, enfim, tudo vermelho -, não deixa claro se o propósito é ensanguentar o país ou consolidar o marxismo, que não durou mais do que 80 anos, mas que ainda assombra a paranóia do ancient regime e ainda sofrem alucinações.

Que seja a terra prometida uma oferta honesta e que os proprietários que as detêm possam negociar, com sapiência e tranquilidade, os frutos com que alimentarão seus descendentes. Sem ter que brandir argumentos ultrapassados, que se tornaram ridículos e portanto, inúteis. 

* Eliseu Visconti é jornalista e escritor

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