Rubens Shirassu Jr.*
Em 18/07/2011 às 17:16
Todo
povo brasileiro sentiu após o jogo entre Brasil e Paraguai o gosto amargo da
desilusão e perda. O que se viu na partida era um cenário mórbido de total
falta de preparo e entrosamento para enfrentar os adversários. Onze jogadores
corriam amontoados atrás da bola, demonstrando a falta de estratégia dinâmica e
inteligente para fazer gols. Depois do tremendo choque de alta voltagem, após
ver o quadro completo de mediocridade e egocentrismo, o povo percebeu que o
futebol não é mais o ópio do povo. Bateu uma sensação de torpor...
O
excesso de exaltação positiva de certos comentaristas e a exploração exagerada
de alguns meios de comunicação, a exemplo de matérias cobrindo as manhas e
manias e a vida privada dos nossos “ídolos de barro”, colaboraram para tal
quadro. Esqueceram os críticos de exercer um jornalismo de cobrança em cima de
técnicos e jogadores. Para dizer o português claro: massagearam demasiadamente
o ego dos garotos!
O
que predominou foi apenas o interesse pelo aumento de patrocinadores, ou seja,
os lucros e, acima de tudo, o desfile no campo dos 11 jogadores, como artigos
expostos numa vitrine, para serem vistos por olheiros de clubes estrangeiros e,
alguns deles, ter a grande sorte de um contrato milionário. Mas, o que o mundo
assistiu foi a exposição da incompetência, além da morte do mito do futebol
brasileiro. Após o término da partida, fica uma sensação de vazio e vergonha.
Devemos
reavaliar os nossos conceitos, pois a realidade é triste e consternadora. De
minha parte, que conheço de modo superficial sobre esquemas táticos e jogadas,
ao acompanhar a prorrogação, pude constatar que os jogadores escolhidos pelo
técnico Mano Menezes (já encerrou a sua carreira de técnico no País.) para
bater pênalti, como um zagueiro, o outro na posição de lateral, ambas atuações refletiam que não queriam marcar o
gol da vitória e classificação! Teriam condições de enfrentar as seleções do
Uruguai e Venezuela?
Parafraseando
a música do Belchior, nossos ídolos já não são os mesmos e as aparências não
enganam mais. Mas será que Neymar, Pato, Ganso, Robinho estariam mesmo querendo
jogar e lutar pela vitória da seleção ou desesperados para voltar e abocanhar, como
mercenários vorazes, os milhões garantidos em contratos, luvas e merchandising?
Uma
solução para a equipe de marketing e propaganda: melhor seria mesmo investir em
outras categorias do esporte, como vôlei, basquete, judô, karatê, natação, ginástica
entre outras.
(*) Rubens Shirassu Jr. é designer gráfico e escritor
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